Com a privatização, esperava-se que voos comerciais, enfim, decolassem da cidade, mas assinatura do contrato já foi adiada duas vezes
Aeroporto de Votuporanga segue sem perspectivas dos tão sonhados voos comerciais e abandonado, com o mato tomando conta do local (Foto: A Cidade)
Fernanda Cipriano
Estagiária sob supervisão
fernanda@acidadevotuporanga.com.br
Tida como uma das principais esperanças para que um voo comercial, enfim, decole de Votuporanga, a privatização do aeroporto “Domingos Pignatari” ainda patina. O leilão foi concluído em julho do ano passado, mas a assinatura do contrato - para que a empresa ganhadora assuma a administração e invista os R$ 7,1 milhões prometidos na época - já foi adiada duas vezes.
A “novela” não deve acabar tão cedo, porque o prazo para formalizar a concessão estava previsto para a última sexta-feira (07), mas foi prorrogado por 30 dias pela Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo).
Votuporanga faz parte do bloco arrematado pelas empresas Socicam e Dix Empreendimentos, do consórcio “Aeroportos paulistas”, junto aos aeroportos de Rio Preto, Presidente Prudente, Araçatuba, Barretos, Assis, Dracena, Penápolis, Tupã, Andradina e Presidente Epitácio.
De acordo com o governo do Estado, por meio da Secretaria de Logística e Transporte e da Artesp, as empresas ainda precisam apresentar algumas comprovações de documentação. “Também está em andamento a conclusão das análises pelas áreas técnicas que estão subsidiando a Comissão Especial de Licitação”, acrescentou a Artesp, em nota.
Enquanto isso, o aeroporto de Votuporanga segue sem perspectivas dos tão sonhados voos comerciais e também abandonado. A reportagem do A Cidade esteve no local e observou que o mato ao redor do prédio já tomou conta do visual e também de grande parte da pista do local.
Empresas
Na época do leilão, a reportagem revelou que a Socicam e a Dix Empreendimentos administram outros 17 aeroportos em todo país, além de serem responsáveis por grandes portos e terminais rodoviários, não só no Brasil, como também no exterior.
A Socicam, por exemplo, é tida como a maior operadora privada de aeroportos no Brasil, com 14 terminais aeroportuários sob sua gestão, dentre eles o de Chapecó (SC), Ilhéus (BA) e Caldas Novas (GO), além de portos e terminais rodoviários nacionais e internacionais, dentre eles os Terminais da Barra Funda, Jabaquara e Tietê, o maior terminal rodoviário da América Latina.
Já a Dix faz parte da holding Agemar, que é especializada em construção, administração, operação e exploração comercial de portos e aeroportos regionais pelo Brasil. Além do Porto de Recife (PE) ela é responsável pela administração do Aeroporto de Fernando de Noronha (PE), Jericoara (CE) e Aracati (CE).
Interesse
O jornal também conversou, na época, com o secretário estadual de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto, sobre a privatização. Questionado sobre a possibilidade da implantação de voos comerciais no Aeroporto de Votuporanga, o secretário não titubeou e garantiu que esse era um dos principais interesses das empresas que tinham assumido a concessão.
“Com certeza [teremos voos comerciais], exatamente por isso que estamos fazendo a concessão dos aeroportos. A iniciativa privada, com os investimentos, vai deixar o aeroporto muito mais atrativo para poder negociar com as companhias aéreas novos roteiros, novos voos e horários. A região de Votuporanga é um polo de grande atratividade, o aeroporto tem todas as condições e com alguns investimentos se qualificará para receber voos comerciais”, disse.