Aluna do curso de medicina da Unifev, Bianca Crespilho, ficou do dia 07 a 14 de janeiro prestando serviços humanitários em uma aldeia
Bianca Crespilho de Lima, estuda o 6° período do curso de medicina da Unifev e se voluntariou pela primeira vez (Fotos: Arquivo Pessoal)
Lara Matozo
Estagiária sob supervisão
lara@acidadevotuporanga.com.br
"Indo onde ninguém quer ir, em busca dos esquecidos pelo mundo." Esse é o slogan da Missão Univida, que este ano celebrou dez anos e reuniu voluntários de Votuporanga e região para ajudar a população das aldeias indígenas de Dourados (MS).
A Associação Humanitária Universitários em Defesa da Vida (Univida), fundada em 2012 pelo Padre Eduardo Lima, que atualmente é responsável pela Paróquia Santo Expedito em Fernandópolis, consiste em desenvolver junto à juventude, em especial com os universitários, ações para ajudar a transformar a vida dos indígenas em vulnerabilidade social, na Reserva Indígena de Dourados, localizada no Mato Grosso do Sul e na Amazônia.
Bianca Crespilho de Lima, de 22 anos, é moradora do munícipio de Poloni, mas estuda o 6° período do curso de medicina da Unifev, em Votuporanga. Ela foi uma dos vários estudantes da faculdade que teve a oportunidade de viver a experiência, se voluntariou pela primeira vez para a missão e ficou do dia 7 a 14 de janeiro prestando serviços humanitários relacionados a sua área de atuação aos povos de duas aldeias, a Jaguapiru e a Bororó, com tribos de três etnias distintas: Guarani, Terena e Kaiowá.
“Tinha estudantes de várias áreas, então os atendimentos oferecidos aos povos eram multidisciplinares. Fomos divididos em grupos e cada dia um grupo ficava no alojamento e o outro se distribuía para os demais locais para prestar os serviços”, explicou a estudante.
Para participar da missão é necessário preencher alguns requisitos e após o cadastro, a comissão organizadora avalia cada candidato. Bianca conta que a recepção em Dourados foi feita por membros da paróquia local e logo em seguida, os representantes das tribos receberam os voluntários com os rituais de boas-vindas e proteção.
“Eu sempre tive vontade de ir, passei acompanhar o perfil do Instagram na missão, foi quando fiquei sabendo que as inscrições estavam abertas e me cadastrei. Fomos recebidos de uma forma muito acolhedora, todos os rituais eram para a gente exercer nosso trabalho sem pegar nenhuma doença e para sermos muito felizes ali no local, ajudando o próximo”, disse ela.
Os indígenas receberam atendimentos com alunos dos cursos de medicina, odontologia, fisioterapia, psicologia e enfermagem. No caso dos serviços médicos, os pacientes passavam pela triagem com a equipe de enfermagem, onde eram verificados os sinais vitais e depois encaminhado para os médicos. Segundo Bianca, o que ficou evidente era a necessidade dos povos de serem acolhidos e ouvidos, alguns precisavam de medicação, portanto, tudo era ofertado de acordo com a necessidade de indivíduo.
A Missão Univida ocorre todos os anos e devido ao período pandêmico cuidados estão sendo adotados para preservar à saúde das pessoas das tribos e dos voluntários. Além do atendimento especializado, os profissionais de saúde, estudantes, professores e todos os voluntários levaram amor ao próximo, esperança e empatia aos indígenas. Segundo Crespilho, sua vontade de voltar para continuar a corrente do bem é grande.
“É uma troca de experiência. A gente conhece novas culturas, costumes, idiomas, crenças e todo contexto, que é algo bem diferente da nossa realidade e nos faz refletir bastante a respeito do modo como vivemos. Quando estamos lá, só queremos ajudar de alguma forma e isso é gratificante. Minha vontade é de ir todos os anos”, destacou.
Doações Univida
A Missão arrecada doações de roupas, sapatos, alimentos e brinquedos durante todo ano para levar para as aldeias indígenas. Cada cidade possui um ponto de coleta que, geralmente, é uma paróquia, porém os interessados também podem obter mais informações pelo site da organização (
www.univida.org.br), Facebook
Univida ou pelo Instagram
@missaounivida.
“Podem ir sem medo, fomos muito bem acolhidos tanto pelo pessoal da paróquia, tanto pela população. Eles ficam muito gratos por qualquer mini serviço que a gente ofereça, até mesmo com um ‘bom dia’, é uma experiência única. Quem puder também pode contribuir doando, pois são pessoas que precisam demais da nossa ajuda”, finalizou Bianca.