Onze famílias perderam entes queridos em acidentes em Votuporanga; além disso, outras 704 pessoas ficaram feridas no trânsito em 2021
Onze famílias perderam entes queridos em acidentes em Votuporanga (Fotos: Arquivo pessoal / montagem: A Cidade)
Da redação
O dia ainda estava raiando, quando um telefonema levou uma família inteira às lágrimas em 1º de janeiro deste ano. Do outro lado da linha estava um policial, que recebeu a triste incumbência de informar a família da jovem Stefany Caroliny de Paula Alves, de apenas 26 anos, que ela não voltaria mais para casa, pois acabara de morrer em um acidente de trânsito, na rodovia Péricles Belini, quando retornava de uma festa de réveillon.
Desde então cenas semelhantes se repetiram outras dez vezes neste ano em Votuporanga, a mais recente, inclusive, na quarta-feira (1º), quando a mãe de Gustavo Vieira Barbosa foi informada de que seu filho, de apenas 22 anos, estava morto, após ser atropelado por um caminhão na Avenida Prestes Maia, na zona Sul do município. O caso foi registrado na edição de quinta-feira (02) do
A Cidade, mas o desespero da mulher ao ver seu filho estirado no asfalto é indescritível.
Dados do Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo) revelam que Votuporanga já registrou 704 acidentes com vítimas em 2021. A última atualização, porém, é de outubro. Até então nove pessoas tinham perdido suas vidas no trânsito, dentre eles o conhecido professor Fabiano Miotto, que faleceu no dia 30 de outubro, aos 46 anos.
Muito querido na cidade, Fabiano seguia com sua motocicleta pela Avenida Fortunato Targino Granja, na região Sul, quando um carro teria furado o sinal de “pare” e o atingido. O acidente ocorreu no dia 7 de outubro e ele chegou a ser socorrido com vida, mas não resistiu aos ferimentos. Ele recebeu uma homenagem na sessão da Câmara Municipal desta semana.
“O que importa para mim na vida é saber que o meu filho foi um grande homem e que quando Deus o chamou, o levou muito melhor do que quando eu o concebi. Hoje eu sei que, lá onde ele está, no outro plano, ele está muito feliz. Ele sempre foi um grande filho, um grande pai, um grande profissional e um homem de bem. Para nós, pais, isso é essencial. Temos que agradecer muito a Votuporanga, pois quando se acidentou, ele recebeu orações de todos os credos, de todas as religiões e isso nos enche de alegria, por saber o quanto ele era querido. Espero que os seus filhos tenham orgulho desse pai, que os amava sem medida”, disse a mãe de Fabiano, Romana Aparecida Miotto.
Sete dias depois da morte de Fabiano, desta vez na zona Norte da cidade, no bairro Colinas, outro acidente tirou a vida de mais um votuporanguense. Thiago Henrique Martins, de apenas 24 anos, voltava de uma partida de futebol com sua motocicleta, quando a mesma cena se repetiu: um carro furou o sinal de “pare” e o atingiu. Ele ficou internado por dez dias, mas também não resistiu aos ferimentos.
Coincidência?
As situações semelhantes dos acidentes que tiraram as vidas de Fabiano e Thiago não são coincidência. As estatísticas mostram que das 11 mortes no trânsito de Votuporanga em 2021, oito foram de motociclistas, sendo que 80% delas ocorreram nas ruas do município. Foi o caso de Emerson Comino, de 29 anos, Adonai Gomes, de 26, Paulo César Maurício Ferreira, de 29 anos e Rodrigo Tavares, de 40 anos. Pedro Mendes, de 39 anos foi o único que morreu de moto fora do perímetro urbano.
Este, aliás, é o tipo mais recorrente de acidentes não só em Votuporanga, mas em todo o Estado de São Paulo. E quase sempre é basicamente com o mesmo histórico: batida entre carro e moto em cruzamentos de vias.
Fatalidade
Também neste ano, no dia 3 de julho, foi registrada uma morte por atropelamento. Trata-se do senhor Antonio Trujilho, que faleceu aos 86 anos após ser atropelado por um motociclista na rua Amazonas, de fronte ao Supermercado Amigão.
A outra vítima fatal, finalizando a lista fúnebre, foi o jovem Erick Mota, de 31 anos. O acidente ocorreu no dia 9 de outubro, quando ele bateu o veículo que dirigia em um caminhão e depois capotou.
Comparativo
Faltando pouco menos de um mês para o fim do ano, a cidade já registra o mesmo número de mortes do que nos 12 meses de 2020, quando 11 mortes foram registradas (quatro delas só em dezembro). O ano mais mortal no trânsito, no entanto, foi 2018, quando 20 pessoas morreram.
Os números são apenas de Votuporanga. Outros moradores da cidade perderam suas vidas no trânsito, porém, fora do perímetro do município.