Para algumas famílias o momento será de união e de novas experiências, para outras a saudade dos momentos no Brasil será companheira
O A Cidade conversou com quatro ex-moradores da cidade, que passarão a data em diferentes países (Fotos: Arquivo Pessoal)
Fernanda Cipriano
Estagiária sob supervisão
fernanda@acidadevotuporanga.com.br
Longe de casa, a comemoração do Natal não será no clima de calor das terras votuporanguenses. O
A Cidade conversou com quatro ex-moradores da cidade, que passarão a data em diferentes países e que deram seus relatos sobre como serão esses momentos em suas vidas.
Robson e Gisélia Gálias, ambos de 55 anos, estão atualmente na província italiana Pistoia, que fica na região da Toscana, e a celebração deste ano será marcada pela união e reencontro. Isso porque depois de dois anos eles irão rever os filhos Guilherme Pupim Galiás, de 25 anos e Bruna Pupim Galiás, de 27 anos, que estão na Holanda.
“Na verdade, a gente veio se aproximar dos nossos filhos que estavam longe faziam dois anos, então nós viemos passar essa temporada para cá para ficar perto. Temos o plano de passar o Natal com eles, mas ainda não está concreto. A união da família, a reaproximação das pessoas queridas”, disse Robson ao A Cidade.
O Natal, porém, não será diferente de anos anteriores, porque a família costumeiramente viaja nesse período, que combina com as férias da agência em que são proprietários. “Os natais nossos sempre são em viagem, eu, minha esposa e meus filhos. O que é marcante para nós é esse momento viajando”, completou.
Mas essa é a primeira vez que Robson e Gisélia passarão o Natal fora do Brasil. “Primeira viagem internacional nesse período. É muito frio aqui, tem gelo nas montanhas já, é uma experiência nova”, finalizou.
Estados Unidos
Direto de West Palm Beach Florida, Andress Mariano, de 44 anos, também conversou com a reportagem. O votuporanguense mora nos Estados Unidos tem 25 anos, é casado e pai de Andressa, de 21 anos, Bethany, de 18 anos e Andrew, de cinco anos, além de ser filho dos ex-moradores de Votuporanga Elias Mariano e Elizete Rufino, que também moram nos EUA.
A maior parte da vida de Andy, como é conhecido, foi no Brasil, ele, inclusive, estudou na escola estadual “Uzenir Coelho Zeitune”, de onde conquistou a maior parte dos amigos na cidade. Sua relação com o Natal é íntima, até porque ele considera como a melhor época do ano.
“Natal para mim é a melhor parte do ano, além do nascimento de Jesus e claro é um tempo de alegria e confraternização entre família, férias, comidas gostosas e muitos presentes, quando criança adorava essa época é agora com filhos e sobrinhos e melhor ainda”, disse.
Onde mora ele disse que o inverno não é tão intenso, quanto no resto do país. Andy explicou que os estadunidenses consideram o Natal uma data muito importante, além do “thanksgiving”, que em tradução literal significa o dia de ações de graças.
“Apesar de ter muitos familiares aqui a maior parte da minha família está no Brasil é claro que faz falta especialmente nessa época do ano. Mas sempre que dá a gente tenta passar no Brasil”, explicou.
Hoje a tecnologia é uma grande aliada em comemorações, até pelo recurso de se fazer chamadas de vídeo e falar com facilidade com a família que está a em Votuporanga.
“Sinto falta das ceias de Natal com todas aquelas comidas gostosas e frutas que minha família fazia, das risadas e das bagunças que fazíamos entre família é claro falta da família e amigos de infância”, complementou.
Também dos Estados Unidos, mas em Denver, no Colorado, a jovem de 27 anos, Aline Taino, irá passar o seu segundo Natal longe de Votuporanga. Filha de Laércio Taino e Marilena Ramos, e irmã de Amanda Taino, que ainda moram na cidade, a saudade será companheira em mais uma comemoração.
Isso porque para Aline, o Natal está muito ligado ao significado de família e por isso é sempre complicado estar longe deles. “Não consegui visitá-los ainda nesse período que estou aqui por conta da pandemia, então será o segundo Natal que passarei longe de casa, mas com certeza tenho isso como um plano para o próximo ano. Sempre me lembro da casa cheia com toda família reunida, muita risada, muita comida boa, fartura na mesa”, disse.
Apesar da saudade, a jovem disse que o clima de Natal nos Estados Unidos é totalmente diferente do que estava acostumada no Brasil. Ela irá passar a ceia com amigos e pretende fazer uma chamada de vídeo com a família votuporanguense.
“O clima de Natal nos Estados Unidos é sem dúvida nenhuma muito lindo, ruas e casas decoradas, neve por todo canto. A comemoração aqui é basicamente reunir os amigos e fazer uma ceia em casa, por que muitos dos imigrantes que estão aqui não tem a oportunidade de passar essa data com a família. Então nossa família aqui são os amigos”, completou.
O calor do brasileiro é o que mais Aline sente falta, em relação a comemoração da data. “O que mais sinto falta quando se fala do Natal no Brasil é reunir toda a família e comemorar essa data juntos, acredito que independente do lugar que você irá passar o Natal, no Brasil ou fora do país, para mim o que é importante é estar com família”, finalizou.
Japão
Do outro lado do mundo o votuporanguense Paulo Tetsuo Aoki, vive há 25 anos, com os fusos-horários ao contrário e também sem comemorações de Natal. O Japão não é predominantemente cristão e sim budista, por isso o nascimento de Jesus não é celebrado.
“Nós brasileiros somos obrigados a seguir a regra deles, trabalhando como um dia normal. Já faz 25 anos que até já acostumei com isso. Eles dão mais valor para o dia de ano novo, que é feriado”, explicou.
Paulo relatou que apesar de não ter a comemoração, a decoração e o clima é praticamente o mesmo dos americanos e que sente saudade de como tudo é feito em terras brasileiras. “Quando cheguei aqui estranhava muito ter que trabalhar no natal, mas com o tempo você aceita. Sinto a falta mais da família comemorando junto. Aqui no Natal eles reúnem com esposa e filhos compram bolos, somente no ano novo como temos feriado de uma semana do dia 29 ao dia cinco”, completou.
O ex-morador de Votuporanga ainda explicou que a região de Nagasaki teve muita influência do cristianismo e é um dos poucos lugares diferentes no Japão, em que se encontra as comemorações natalinas parecidas com as que temos aqui.