Deosdete Vechiato, que é o responsável pela contabilidade da Prefeitura desde 1988, afirmou que, aparentemente, a turbulência passou
Deosdete Vechiato, secretário municipal da Fazenda, concedeu entrevista exclusiva ao A Cidade sobre as finanças da Prefeitura (Foto: A Cidade)
Da redação
De um cenário preocupante em 2020, para um equilíbrio econômico e financeiro invejável. É assim que a Prefeitura encerra as contas de 2021 e se prepara para 2022, segundo o secretário municipal da Fazenda, Deosdete Vechiato, que é o responsável pela contabilidade da Prefeitura de Votuporanga desde 1988.
Quando foi anunciado para o cargo, em dezembro do ano passado, o contador, que já foi o responsável pelas finanças em diversas administrações municipais, inclusive na gestão passada, disse que a pandemia do coronavírus provocou estragos maiores do que no auge da inflação no Brasil e que aquela era a pior situação que já havia visto na Prefeitura.
“Vivi uma época em que a inflação girava entorno de 90%, mas naquela época a mesma inflação vinha de receita. Então eu nunca vi uma situação igual estamos passando esse ano. Tenho 40 anos de Prefeitura e nunca vi. Esse ano foi um caos”, disse o profissional, à época.
Agora, 12 meses depois, Deosdete afirma que o cenário é outro e que o município chega com números positivos ao final de 2021. “O ano de 2021, embora com todas as turbulências da Covid-19 também foi um ano de mais investimentos na área da saúde. Hoje estamos com R$ 98 milhões investidos na área da saúde e no Hospital de Campanha, foi um ano com o investimento um pouco maior que nos anos anteriores. Porém estamos chegando ao final do exercício de 2021, tendo um equilíbrio econômico e financeiro”, afirmou o secretário.
O bom resultado, segundo ele, é fruto de ações eficientes de gestão e contenção de gastos, sem deixar de atender as necessidades da população. E isso foi possível mesmo com uma arrecadação bem inferior ao esperado na peça orçamentária que era de R$ 347 milhões, mas não passará de R$ 310 milhões.
“Financeiramente, esse ano não foi tão complicado, comparado a 2020, embora tenhamos essas questões do período pandêmico que necessitou de mais investimentos na saúde. Durante esse período de pandemia, não deixamos de fazer o atendimento social, digo até que houve um incremento na área social devido a pandemia, onde houve muitas famílias que precisaram um pouco mais da administração e nós fizemos nosso papel no atendimento”, completou.
As secretarias que receberam o maior investimento neste ano, segundo o secretário, foram a de Saúde, que consumiu 32% do orçamento municipal, e Educação com 26%. O setor Social também consumiu grande parte do orçamento, porém a porcentagem ainda não foi calculada.
“Mesmo 2021 sendo turbulento, não podemos reclamar da receita. Entraremos em 2022 em um período ruim, mas não sabemos o que vai acontecer, então vamos ter um orçamento um pouco mais do exercício de 2021, mas vamos entrar com muita tranquilidade, segurança e economia, como o município já vem trabalhando, para não chegar em um aspecto de final de ano apertado”, reforçou.
Para 2022, a estimativa do orçamento é maior, serão R$ 430 milhões para o prefeito Jorge Seba (PSDB) trabalhar, mas Deosdete pontua que será um exercício cheio de incógnitas.
“Para 2022 tenho uma esperança de melhora nas receitas. Observa-se que a Covid está chegando na sua fase final, em Votuporanga e no Brasil inteiro, o povo está vacinado, então está voltando a aquecer a economia, os municípios voltam a ter uma receita orçamentária melhor que no exercício anterior. Votuporanga segue com a receita em dia, temos esperança que 2022 seja melhor que 2021”, concluiu.