A iniciativa foi ideia de Letícia Biozotto, auxiliar de RH que integra, também, o serviço social da rede de supermercados
Cerca de 200 pessoas passaram pelo bazar, que distribuiu peças de roupa de graça para funcionários da rede, bem como seus familiares (Foto: Arquivo pessoal)
Pedro Spadoni
pedro@acidadevotuporanga.com.br
Um arrepio de felicidade percorreu o corpo da jovem Letícia Biozotto, de 24 anos, auxiliar de RH da rede de supermercados Porecatu, quando ela viu o “bazar solidário” montado nas docas da unidade que fica na avenida Brasil, a maior em Votuporanga. Cerca de 200 pessoas passaram pelo bazar, que distribuiu peças de roupa de graça para funcionários da rede, bem como seus familiares.
A auxiliar, que trabalha no Porecatu há quase três meses, contou, em entrevista ao jornal
A Cidade, como o bazar funcionou e comentou sobre o surgimento da ideia, além do processo para concretizá-la (e o sentimento acarretado por isso).
Gincana e bazar
As diversas peças de roupa chegaram às bancadas do bazar por meio de arrecadação organizada pelos próprios funcionários do Porecatu. Para isso, eles organizaram uma gincana entre as três unidades de Votuporanga. A arrecadação aconteceu durante as cinco semanas da gincana, que se estendeu entre novembro e dezembro, e até depois, conforme contou Letícia.
“A gente dividiu as três lojas de Votuporanga em cinco equipes, que tinham que arrecadar doações. Cada peça tinha uma pontuação individual. No final, a equipe vencedora ia ganhar um sorteio exclusivo, com prêmios melhores. Depois, juntaria todas as equipes e faríamos o sorteio de alguns brindes”, disse.
No total, mais de 8,7 mil itens foram arrecadados pelos funcionários, que, então, os separaram de acordo com seus “estados”, indo dos mais conservados aos mais surrados (ou danificados). Esses últimos, aliás, não chegaram às bancadas do bazar, mas serão encaminhados para entidades assistenciais do município.
“As pessoas podiam pegar os itens que quisessem, sem custo. A gente iria estipular um limite de itens por pessoa, mas como arrecadamos muita coisa, deixamos eles pegarem à vontade. Teve colaborador que saiu com uma caixa lotada de roupa e encheu o carro”, contou Letícia.
Ela também disse que, após a realização do bazar, sobraram itens em bom estado. A ideia, agora, é encaminhá-los, junto às peças mais avariadas, para entidades assistenciais da cidade, que vão distribuí-los para famílias em situação de vulnerabilidade social.
A ideia
Logo que começou a trabalhar na rede de supermercados, funcionários contaram a auxiliar de RH que muitos colegas de trabalho precisavam de ajuda.
“Tinha um saco de roupas na minha sala quando eu cheguei. Eu pensei que seria legal deixar disponível para os colaboradores, mas me perguntei como eu poderia fazer isso. Foi aí que tive a ideia do bazar. Só que era apenas um saco de roupa e o Porecatu tem 700 funcionários. Não seria o suficiente”, contou Letícia.
Foi aí que ela levou a ideia do bazar para a diretoria da rede, dizendo que precisaria arrecadar mais doações. Dessa conversa, saiu a ideia da gincana e do sorteio de prêmios.
Agora, passados a gincana e o bazar, a auxiliar contou à reportagem como foi a experiência para ela.
“Foi surpreendente. Quando eu fui nas lojas, para pegar as roupas, foi cansativo, mas maravilhoso. Quando montamos o bazar e estávamos prestes a começar, que fui vendo as bancadas arrumadas com as peças de roupa, fui me arrepiando toda e pensei: ‘meu Deus, que coisa boa’. É muita gratidão por Deus ter me permitido realizar esse bazar para ajudar tanto os nossos colaboradores quanto a comunidade local”, disse.
Letícia também disse que é grata a diretoria do Porecatu, por permitirem a realização da gincana e do bazar. “Se eles não tivessem confiado em nós e permitido esse trabalho, não teríamos alcançado esse resultado lindo”, finalizou.