Iniciativa foi derrubada sem sequer entrar em votação após uma manobra regimental envolvendo os três vereadores
Carlim Despachante e Professor Djalma apresentaram suas justificativas sobre a “CPI do fura-fila”; Meidão se calou (na foto, da esq. para dir.) (Fotos: A Cidade)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
O arquivamento da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que visava investigar as denúncias de fura-filas da vacina em Votuporanga repercutiu na terça-feira (30). A iniciativa foi derrubada sem sequer entrar em votação após uma manobra regimental, onde três dos seis vereadores que tinham assinado o recebimento da denúncia protocolaram ofícios na Casa de Leis solicitando a retirada de seus nomes do documento.
Procurados pelo jornal
A Cidade para se explicarem sobre a retirada de suas assinaturas do pedido de abertura da “CPI do fura-fila”, os vereadores Carlim Despachante (PSDB) e Professor Djalma (Podemos) se justificaram, já Mehde Meidão (DEM) preferiu manter o silêncio.
Carlim não se eximiu de sua responsabilidade e disse que sua falta de experiência o levou a assinar o documento em caráter de urgência, mas que depois, ao analisar a situação, percebeu que uma CPI seria prejudicial para a cidade neste momento.
“Todos queremos que as pessoas que furaram a fila sejam punidas e foi por isso que assinei, mas depois ao analisar a situação com calma percebi que essa CPI, nesse momento, é desnecessária, pois o prefeito em si já tomou a iniciativa, pediu para a PGM fazer a investigação, foi na Polícia Civil e fez um boletim de ocorrência, assim como deu entrada no Ministério Público para investigar. São três órgãos competentes e que têm a capacidade de investigar até melhor do que nós. Uma CPI nesse momento iria paralisar muitos trabalhos nossos importantes em relação à própria Covid, e entendi que as investigações não estão paradas, ninguém está sendo omisso”, justificou o vereador.
Professor Djalma, por sua vez, afirmou que assinou o documento sem saber exatamente do que se tratava, pensando na necessidade de uma investigação, mas ao tomar ciência de que o trabalho seria semelhando ao que estava sendo desenvolvido pela Polícia e pelo MP, achou melhor pedir a retirada.
“Eu não me sinto bem fazendo esse processo sem conhecimento. Eu faria, se não tivesse nada, mas já tem três esferas fazendo e com muito mais qualidade, conhecimento e experiência do que eu. Retirei minha assinatura e vou fazer o acompanhamento, se tiver alguma dúvida eu pergunto, se tiver algum nome denuncio. Meu medo, a minha consciência é de fazer algo errado, de condenar de forma errada. Por isso deixei a investigação para quem tem mais conhecimento do que eu”, disse Djalma.
O jornal
A Cidade também procurou Mehde Meidão, mas até o fechamento da edição impressa desta quarta-feira (31) ele não tinha retornado os contatos.