Antonio, que era natural de Tanabi, foi preso no começo do ano passado na Bahia pelo assassinato da mulher
Antonio matou a então esposa na frente dos filhos, em 2018, na residência do casal, zona rural de Votuporanga (Foto: Redes sociais)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
O juiz da 1ª Vara Criminal de Votuporanga, Jorge Canil, negou a liberdade ao peão de rodeio, Antonio Barbosa dos Santos, acusado de matar a então esposa, Suelen Karine Camilo, de 29 anos, em dezembro de 2018. De acordo com a decisão, por ser um crime grave e hediondo, recomenda-se restrição máxima.
Antonio, que era natural de Tanabi, foi preso no começo do ano passado na Bahia pelo assassinato da mulher. Os filhos da vítima estavam presentes no momento em que o pai teria golpeado a mãe até a morte. Segundo informações da irmã da vítima, Pamela Camilo ao jornal A Cidade, Suelen Karine Camilo dizia que não estava feliz e queria ir embora de sua casa.
“Ela dizia que ia largar dele, e que estava sofrendo. Não queria ficar lá, mas ele estava ameaçando há mais ou menos um mês dizendo que ela só ia sair da casa morta”, contou.
De acordo com Pamela, ela estava em outra cidade e ficou sabendo do acontecido por meio de ligações do sobrinho mais velho pedindo para que ela ajudasse sua mãe. “Eu estava em Mira Estrela e lá pelas 21h meu sobrinho ligou várias vezes. Ele disse que o pai tinha dado a machadada na cabeça da mãe. Ele ligou para falar que a mãe dele estava no chão morta”, falou ao A Cidade.
No dia do crime, Pamela disse que o casal não demonstrava nenhum tipo de briga entre eles. “Na véspera passaram o Natal na casa da minha prima e estava tudo normal. Não demonstrou que estavam brigados. Na terça de Natal, ela foi para a casa da minha irmã mais nova e ele foi embora para o sítio e levou o filho menor. O pai pediu para o filho ligasse para minha irmã dizendo para a mãe ir embora e ela foi. Quando chegou lá, ela desceu da moto, tirou o capacete e ele já deu duas machadadas na cabeça dela”, relatou.
Segundo Pamela, a partir deste instante o sobrinho mais velho ligou pedindo que ela fosse até o local e quando ela chegou encontrou a irmã caída no chão já sem vida. “Quando cheguei eu a vi caída no chão ao lado da moto cheio de sangue. O filho mais novo disse que o pai pegou a corda e saiu para se matar. Meu sobrinho não aguentou esperar eu chegar e saiu correndo para pedir ajuda. As crianças estavam no sítio e viram todo o acontecido”, finalizou.
Decisão
Diante da gravidade do crime, Jorge Canil, ao revisar a manutenção da prisão preventiva como manda o artigo 316 do Código Penal, entendeu que não deveria colocar o acusado em liberdade.
“Não há qualquer alteração fática dos motivos e pressupostos da medida cautelar, cujos fundamentos anteriores permanecem hígidos. Trata-se de feminicídio, crime grave, hediondo. Recomenda-se a adoção de medida estatal firme. Sua liberdade representaria um risco à garantia da ordem pública. Em defesa da sociedade, subsiste a restrição máxima”, sentenciou.