Lívia Bianca Nunes Correia da Silva tem 28 anos é pedagoga e mora em Woking, no Estado do Surrey, no Reino Unido
Lívia Bianca Nunes Correia da Silva mora em Woking, no Estado do Surrey, no Reino Unido (Foto: Arquivo Pessoal)
Daniel Castro
daniel@acidadevotuporanga.com.br
Apaixonada pelo Brasil, mas vivendo no Reino Unido, a pedagoga Lívia Bianca Nunes Correia da Silva acompanha diariamente o que aconteceu no seu país natal e lamenta a forma com que muitos políticos lidam com a pandemia do coronavírus.
Lívia Bianca tem 28 anos e mora em Woking, no Estado do Surrey, no Reino Unido, há um ano de dois meses. Ela vive com o esposo em uma casa compartilhada (share house) com mais duas pessoas, um português e outro queniano.
Pertencente à família Nunes, ela é filha de Ester Nunes Silva Correia e Carlos Alberto Correia da Silva (in memorian). Sua mãe atualmente reside em Rio Preto, onde é administradora do condomínio onde vive, e seu pai era aposentado do banco Banespa. “A primeira vez que sai do país fui morar na Itália com meu marido, em 2017. Eu sou pedagoga, então trabalhava como professora em uma escola particular, fiz faculdade em Rio Preto na instituo Faceres”, contou.
A rotina da professora atualmente é tranquila “mediante os privilégios de morar em um país rico no qual me paga 80% do salário como barista no Starbucks”. Ela relatou que é necessário aprender a lidar com o tédio, o ócio e a solidão social. “Acho que esse é grande parte do problema aqui, acredito nisso porque foi decretado lockdown há cinco semanas e temos a certeza de mais duas”, falou. Lá, acrescentou, muitas pessoas também fazem “home office” o que ajuda a econômica. No caso dela, que é professora formada e trabalha há 10 anos na área, inclusive no Reino Unido, ela dá aulas online. “Isso é bom porque mantemos alunos perto, mas horrível porque o aprendizado sem toque e troca eu não acredito muito não”.
Lívia é barista do Starbucks durante a semana e de sábado é professora em uma escola bilíngue que ensina português para filhos de brasileiros ou portugueses com ingleses que buscam o português como segunda língua ou manutenção da língua de herança.
A professora destacou que é apaixonada pelo Brasil. “É minha terra, minha casa, meu sangue, e me dói ver que uma situação dessas de saúde pública tenha se tornado mais um discurso para palanque. É ridículo ver os governantes e o congresso sambando na cara do povo em plena pandemia, usando de artifícios para roubar mais um pouco além do que roubam cotidianamente”, lamentou. No entanto, ela disse ter fé que o presidente Jair Bolsonaro irá “aguentar firme mais essa”.
O outro lado da crise, na visão da barista, é que há muitas ações solidárias, pessoas levando alimentos para caminhoneiros, doações de álcool em gel, entre outras. “Eu fico feliz porque o povo ainda enxerga o outro”.
Aos brasileiros, ela pediu que “se cuidem”: “quem puder ficar em casa, fique em casa; quem não puder, tome as medidas necessárias para não contaminar ou ser contaminado, e protejam o nosso SUS. Por último, mas não menos importante, para fazerem pressão no congresso agora, pois se eles continuarem fazendo o que estão fazendo, nos é que vamos continuar pagando essa conta que só vai aumentar”, concluiu.