Da China, Isabelle Marie Portugal Meneghin conversou com a reportagem do A Cidade sobre seu dia a dia em plena pandemia
“Pelo Mundo”: a modelo Isabelle Marie Portugal Meneghin moram em Shanghai (Arquivo Pessoal)
Daniel Castro
daniel@acidadevotuporanga.com.br
No início da pandemia do coronavírus, a modelo Isabelle Marie Portugal Meneghin, que vive na China, teve um pouco de medo, no entanto com os passar do tempo ela ficou mais tranquila em relação à Covid-19. A modelo conversou com o jornal
A Cidade para o especial “Votuporanguenses pelo Mundo” e contou como é seu dia a dia no país onde surgiu o novo vírus.
O que a tranquilizou foram as medidas tomadas pelo governo e a forma como as pessoas agem lá. “O povo aqui respeita muito as normas”, destacou.
Isabelle tem 32 anos e mora com o noivo em Shanghai há um ano e seis meses. Ela viveu muitos anos em Votuporanga com seu pai Luiz Roberto Meneghin (in memorian), que trabalhou como médico, e sua mãe Isabel Fonseca Portugal Meneghin, que ainda reside no município. Os irmãos Natasha Roberta Portugal Meneghin e Rafael Alexandre Portugal Meneghin também ainda vivem na cidade.
Ela cursou os ensinos fundamental e médio em Votuporanga e é formada em enfermagem na Unifev. Em 2012, mudou para Maringá-PR para trabalhar como enfermeira.
Em Shanghai, a fase mais complicada da pandemia foi no começo do ano. “Ficamos em casa cerca de um mês e meio voluntariamente, saíamos apenas quando necessário e tomando todas as precauções devidas, como uso de máscaras, álcool gel e respeitando as normas do governo”, contou. Atualmente, Isabelle trabalha normalmente como modelo, mas com precauções e controle de acesso diário em diversos locais.
Lá, o uso de máscara, álcool em gel e controle de temperatura passou a ser obrigatório em todos os lugares. “Utilizamos um sistema de aplicativo que, através de um QR code, nos permite apresentar todas as informações sobre períodos em que viajamos, entre outras informações”, explicou. Com essa tecnologia, passou a ser gerado um código de classificação diferenciado por cores: a verde, por exemplo, significa que a pessoa está na China há mais de 14 dias e não apresentou sintomas. Esse código passou a ser exigido para acessar diferentes lugares como shopping, trabalho, mercado, entre outros.
Como medida de controle, os aeroportos estão fechados, porque começaram a surgir alguns novos casos. As escolas estão reabrindo aos poucos, no entanto com muito controle diário para os alunos.
O comércio começou a abrir aos poucos, entretanto com restrições, e a volta dos funcionários começou a ser gradativa. Já as pessoas que estiveram viajando, só podiam retornar para o trabalho após 14 dias sem apresentar sintomas, e em muitos casos trabalhavam de casa.
Em Shanghai, edifícios residenciais entregam um papel de controle quando a pessoa sai de casa; na volta, o cidadão deve entregar o papel e verificar temperatura. “Por um longo período, somente morador podia entrar no prédio. Agora, aos poucos, o acesso de outras pessoas vem sendo liberado, porém com controle e verificação”, disse.
Com as ações de segurança, o número de casos diminuiu e a vida começou a voltar à normalidade na cidade. “As medidas do governo mudam conforme o município e a situação atual, portanto seguimos na luta diária para que os casos não voltem a crescer aqui, tomando todas as medidas necessárias e respeitando as normas locais”, falou.
Pela internet, ela acompanha a situação no Brasil. “Sabemos que é uma fase muito delicada e difícil para todos, mas cabe a nós fazermos o que está ao nosso alcance no momento. O conselho que eu dou para os brasileiros é que respeitem o isolamento social e tomem as precauções devidas, para que todos vençam essa luta com saúde e da melhor forma possível”, finalizou.