Franclin Duarte
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Dezenas de comerciantes, autônomos e trabalhadores participaram de uma carreata o final da tarde de ontem em Votuporanga. A manifestação tinha como objetivo chamar a atenção do Poder Público sobre os impactos financeiros que a quarentena imposta pelos governos estadual e municipal tem causado na cidade.

Pelo menos 80 carros participaram do movimento que foi mobilizado pelas redes sociais. O ponto de concentração foi a praça da Santa Luzia. Lá estava o presidente do Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista de Votuporanga), João Herrera Martins, um dos organizadores do ato.

“O Poder Público precisa entender que temos agenda financeira, e do jeito que está, tudo irá virar pó. Podem dizer que estou exagerando, mas não, eles é que estão exagerando. Não precisava fechar o comércio, as autoridades poderiam exigir quaisquer medidas de segurança. A gente entra no supermercado hoje e tem uma baita organização e as nossas lojas poderiam fazer o mesmo. A expectativa é que com esse barulho eles nos escutem e entendam que não podemos mais ficar nesse marasmo”, disse.

Além de Herrera, outras dezenas de pessoas participaram da manifestação que percorreu a rua São Paulo, passou pela Espírito Santo e ganhou a Amazonas até chegar na avenida Brasil, onde a dispersão ocorreu nas proximidades do posto Vilar.

Mais cedo
Pela manhã, cerca de 20 pessoas, segundo estimativas da Polícia Militar, (mototaxistas, profissionais autônomos, pequenos empreendedores e prestadores de serviços) se concentraram na frente da Prefeitura de Votuporanga.
O objetivo do protesto era o mesmo:  reabertura das atividades comerciais no município. A Polícia Militar montou cerco para garantir a segurança em frente à Prefeitura. O prefeito João Dado (PSD)não quis receber os manifestantes, mas agendou uma reunião para os próximos dias.

Outras cidades
O movimento pela abertura do comércio não foi exclusivo de Votuporanga. Em praticamente todas as cidades da região houve manifestações e onde ainda não aconteceu está programado para hoje.

A primeira e mais expressiva foi na maior cidade da região. Empresários e trabalhadores autônomos de Rio Preto realizaram uma carreata em frente à Prefeitura na manhã ontem. Eles pedem para que o comércio, que está fechado devido ao Decreto Municipal, em combate ao coronavírus, possa voltar as atividades a partir de segunda-feira.
Os manifestantes se reuniram em frente à Prefeitura e seguiram pela avenida Alberto Andaló, com o acompanhamento da Polícia Militar.

O mesmo aconteceu em Fernandópolis. A carreata ocorreu também pela manhã e contou com a participação de dezenas de motoristas que trafegaram em comboio fazendo “buzinaço” pelas principais ruas e avenidas da cidade. Eles alegam que não terão condições de pagar aluguel e funcionários se não voltarem a trabalhar imediatamente.
Para o empresário José Rodrigues, 50 anos, dono de uma empresa de tintas, a situação é insustentável. Para ele, a manifestação não tem como objetivo fazer barulho, mas sim, ter uma satisfação positiva das autoridades.

“Eu pago aluguel e o dono do prédio paga a faculdade da filha e outras despesas com esse dinheiro. Eu não posso simplesmente chegar lá e dizer que não vou pagar esse mês porque ele já me adiantou que precisa desse dinheiro. Eu tenho funcionários e não posso demiti-los agora porque os salários já estão comprometidos”, disse ele.
Os manifestos também tomaram conta das ruas de Jales, Birigui e Andradina. Para hoje também estão marcadas ações em Santa Fé do Sul e Mirassol.