Ana Flávia vive na Itália, país com maior número de mortes no mundo; ela conta sobre as readaptações que teve que fazer (Foto: Reprodução/ Redes Sociais)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
Atualmente a Itália é o epicentro mundial do coronavírus. O país, que tem pouco mais de 60 milhões de habitantes e um território menor do que o estado do Maranhão, contabiliza o maior número de mortes no mundo pela doença: 6820, mais que o dobro de mortos que a China (nação mais populosa do mundo e onde começou a epidemia).
É de lá que fala nossa terceira entrevistada para a série que visa trazer a visão de votuporanguenses sobre a situação do coronavírus em outros países do mundo. A modelo Ana Flávia Perri, de 23 anos, mora em Milão há um ano. Assim como todos no país, ela está em quarentena e só pode sair de casa para ir ao supermercado.
“Já faz duas semanas que estamos em quarentena. Era para acabar na quinta-feira, 26, mas acredito que irá prolongar e está sendo muito difícil ficar em casa, muda totalmente uma rotina. O governo agora fechou tudo. Até as 19h você só pode ir ao supermercado, depois disso eles são fechados e todo mundo tem que ir para casa”, contou.
A previsão inicial, segundo ela, era de que quarentena fosse até quinta-feira, 26, mas como o número de casos não diminuiu, provavelmente o período será prorrogado.
“No começo a população também não acreditava que poderia virar tudo isso, então só agora que está todo mundo se conscientizando de verdade e ficando mais em casa. A população tem que se conscientizar disso. Já que está nas nossas mãos, porque não fazer a nossa parte? Eu estou ficando em casa, voltei a praticar Ioga, to estudando, lendo livros, canto, danço, tento passar meu tempo, pois são formas de nos tranquilizar, já que é claro que tem dia que eu também não quero ficar em casa, mas para o meu bem e de todas as pessoas é importante a gente se conscientizar, se cuidar e ficar em casa”, disse.
Para passar pela quarentena ela e os demais moradores da casa tiveram que reinventar suas rotinas. “De três em três dias uma pessoa da casa vai ao mercado, para não precisar ir todo mundo, e quando essa pessoa chega já vai direto para o banho. Nós pegamos o costume de andar com álcool gel, de separar um sapato para sair para a rua de lavar as mãos o tempo todo, enfim, tivemos que nos readaptar, mas é por uma boa causa”, completou.
Emocionada a votuporanguense encerra com um apelo. “Se cuidem, tenham consciência. Tem mercados com estoques para seis meses, então não precisa desespero, pois logo tudo isso vai passar. Já que aí no Brasil está chegando tudo isso não custa nada cada um fazer sua parte. É muito difícil ficar falando, pois é realmente uma situação que a gente nunca imaginou, mas não tem para quê a gente entrar em desespero, basta a gente se conscientizar”, concluiu.