Alguns locais em Votuporanga deixaram de fornecer os canudos plásticos aos consumidores
Uns dos restaurantes no município estão fazendo testes com canudos feitos de papel, como é o caso do Villa Bistrô (Foto: Érika Chausson/A Cidade)
Érika Chausson
erika@acidadevotuporanga.com.br
Falar sobre preservação do meio ambiente é importante, mas tratar sobre o uso de canudos plásticos em estabelecimentos comerciais sempre gera debates. Em Votuporanga, um projeto de lei que proíbe o fornecimento de canudos confeccionados em material plástico nos estabelecimentos da cidade tramita na Câmara Municipal.
Conforme a proposta de autoria do vereador Emerson Pereira (SD), fica proibido o fornecimento de canudos de material plástico em hotéis, restaurantes, bares, lanchonetes, cantinas escolares, padarias, lojas de conveniência, clubes noturnos, salões de dança e eventos públicos e privados realizados no município.
Preocupados com o meio ambiente, alguns estabelecimentos comerciais de Votuporanga já implantaram o método e estão realizando testes para substituir canudos plásticos por canudos em papel reciclável, material comestível ou biodegradável, embalados individualmente em envelopes fechados feitos do mesmo material.
É o caso do restaurante Villa Bistrô. Em conversa com o jornal A Cidade, o sócio proprietário, Fillipe Daur M. Martins, disse que há cerca de 15 dias o local está realizando o teste com os canudos de papel. “Faremos este teste em torno de um mês. Não há diferença nenhuma enquanto utilização do papel quanto de plástico, os clientes não reclamaram e atende da mesma maneira que o de plástico atende”, contou.
Fillipe explicou que a dificuldade em fornecer os canudos de papel é o valor elevado para a aquisição, já que é um método mais caro. Para os próximos testes, o sócio proprietário afirmou que irão utilizar um canudo biodegradável. “Estamos pesquisando um canudo biodegradável, ele é de plástico, mas possui um componente que ajuda o canudo a se decompor mais rápido e sem prejudicar o meio ambiente. Este menos danoso custa cinco vezes mais barato”, reforçou.
Outro estabelecimento que aderiu ao comércio sustentável é a lanchonete Café.com. A proprietária Fabiana Suzuki contou que o estabelecimento não distribui mais canudos confeccionados de plásticos aos clientes há quase um ano. “Nós colocamos um aviso nas mesas. No começo foi difícil implantar, escutávamos cada barbaridade sobre o caso, mas como agora está passando bastante na mídia, o pessoal está ficando mais consciente”, afirmou.
No Café.com, os canudos foram retirados das mesas, porém ficam disponíveis em cima do balcão para os clientes que desejam utilizar o material. “Os canudos recicláveis são mais caros para serem adquiridos do que os convencionais, então só entregamos o canudo de plástico caso o cliente peça”, explicou.
Questionada sobre o número de consumidores que pedem pelo objeto, Fabiana disse que percebeu uma redução na quantidade de pessoas que utilizam os canudos plástico e que hoje não questionam mais sobre a atitude.
Ambos os comerciantes comentam que decisões como esta são importantes para a preservação do meio ambiente, já que o plástico é um dos maiores vilões.
O projeto ainda está tramitando nas comissões parlamentares da Casa de Leis, porém, caso seja aprovado, o descumprimento da lei acarretará ao proprietário do estabelecimento ou organizador do evento a aplicação de multa de cem Unidades Fiscais do Município, sendo este valor dobrado em casos de resistência.