A manifestação, liderada pela Apeoesp, é contra a reforma da Previdência; uma passeata será realizada na manhã desta sexta-feira
Uma passeata, que termina na Concha Acústica, será realizada na manhã desta sexta-feira em Votuporanga (Foto: Prefeitura de Votuporanga)
Daniel Castro
daniel@acidadevotuporanga.com.br
Liderada pela Apeoesp (Sindicato dos Professores e Ensino Oficial do Estado de São Paulo), uma manifestação contra a reforma da Previdência será realizada em todo o estado. Em Votuporanga, uma passeata sairá às 9h da Escola Estadual Doutor José Manoel Lobo e seguirá até a Concha Acústica Geraldo Alves Machado. Mais de 15 escolas paralisam suas atividades nesta sexta-feira na cidade.
Em conversa com A Cidade, José Vanderlei Corsini, coordenador da subsede da Apeoesp em Votuporanga, explicou que o sindicato é contra a reforma porque a proposta é desumana, prejudica diretamente a classe trabalhadora e torna a aposentaria algo quase impossível de ser conseguido na sua totalidade. “A proposta apresentada faz com que o trabalhador contribua a vida toda e quando vai se aposentar, é surpreendido com um valor bem menor do referido desconto da sua contribuição”, destacou.
O representante da Apeoesp apresentou um exemplo. Conforme ele, a proposta obriga o trabalhador a ter no mínimo 60 anos e 40 anos de contribuição para se aposentar integralmente. Nos dias atuais, acrescentou, o jovem precisaria começar a contribuir aos 20 anos e não ter nenhuma interrupção, caso contrário sua aposentaria será parcial, ou seja, receberá apenas 60% do valor de seu salário.
Outro fator preocupante, segundo Vanderlei, é que atualmente o sistema da previdência é de repartição, porém, se aprovada a nova proposta, a norma passará a ser de capitalização individual, modelo utilizado no Chile, que apresenta inúmeros problemas. No país vizinho, explicou, há aposentados recebendo abaixo de um salário mínimo, “o que tem levado muitos idosos chilenos ao suicídio”. “Esta reforma não ataca privilégios, ela ataca direitos da classe trabalhadora”, apontou.
O coordenador garantiu que a Apeoesp fará tudo o que for possível para a reforma não virar lei. “Não será aprovada, não trabalhamos com esta hipótese”, frisou.
A pedido do jornal A Cidade a Apeoesp citou os piores quesitos da reforma na opinião do sindicato.
Piores aspectos da reforma na opinião da Apeoesp
• Um profundo ataque aos direitos da classe trabalhadora
• Desconsidera o papel do Estado na proteção da cidadania
• É motivada por razões financeiras e fiscais, não pela garantia do bem-estar dos trabalhadores e da população em geral
• Aumenta a alíquota de contribuição máxima de 11% para 14%
• A mudança do sistema de repartição para capitalização individual, que praticamente acaba com a seguridade social
• O aumento exagerado da idade, principalmente das mulheres que passam a contribuir 10 anos a mais
• O tempo de contrição de 40 anos
• As pessoas invalidas que estarão sujeitas a receber apenas R$ 400 de benefícios
• Redução de 50% no recebimento de pensões, no caso de morte do conjugue