O pároco da Paróquia Santa Luzia falou sobre a tragédia durante a missa realizada neste domingo
O padre Geomar Alves dos Santos é pároco da Paróquia Santa Luzia (Foto: A Cidade)
Certamente a tragédia em Brumadinho, Minas Gerais, é o assunto mais comentado do Brasil atualmente, e o padre Geomar Alves dos Santos falou sobre a questão durante a missa da noite deste domingo na Paróquia Santa Luzia. Na visão do sacerdote, uma das culpadas pelo acontecimento é a ganância do homem.
Na homilia, o padre destacou que no mundo atual o mercado e o dinheiro “mandam em tudo o que fazemos, e tudo é pelo mercado”. Sobre o desastre em Brumadinho, garantiu que não é um desastre, é crime, porque as autoridades previam antes que a barragem não podia ser feita naquela espessura, mas fizeram, 11 meses atrás. “E dois meses atrás falaram de novo, e deram laudo para a empresa Vale, e a gente vai esquecendo”, observou.
Geomar lembrou que em Mariana a lama tóxica matou toda a biodiversidade. “Morreram 19 pessoas. Então, vale uma vida? Vale o comércio? Vale o dinheiro? O que importa que morra alguém? O que importa que morram pessoas? O que importa é que possamos explorar”, frisou.
A cidade de Brumadinho, atingida na sexta-feira (25) pela tragédia do rompimento da Barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão, da mineradora Vale, que deixou pelo menos 60 mortos, tem sua economia dependente dos royalties da mineração, chamado de Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem).
A arrecadação está prevista na Constituição Federal e é fiscalizada pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). O município de onde são extraídas as riquezas minerais faz juz a 65% do valor arrecadado com o Cfem, de acordo com a Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, alterada pela Lei nº 13.661, de 2018.