O primeiro trecho de asfalto, com início na rua Tocantins, foi uma das principais realizações da primeira gestão do ex-prefeito de Votuporanga, Hernani de Mattos Nabuco, entre 1960 e 1963, e custou $ 10 milhões de cruzeiros
Hernani de Mattos Nabuco conquistou o famoso “sapato preto da menina” para o aniversário da cidade (Foto: Internet)
Gabriele Reginaldo
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Foi no mandato de Hernani de Mattos Nabuco que a cidade das brisas suaves conquistou o seu famoso “sapatinho preto” para o aniversário. O primeiro trecho de asfalto foi uma das principais realizações da primeira gestão do ex-prefeito da cidade, entre 1960 e 1963.
Segundo a filha de Hernani de Mattos Nabuco, Maria Leda Nabuco, o pai veio para Votuporanga por conta da instalação da indústria de laticínio Só-Nata, em 1949. Deste momento, se estabeleceu na cidade, foi vereador e tornou-se prefeito.
“A primeira coisa que ele fez quando foi eleito prefeito, nos dois primeiros anos, foi arrumar a casa. Ele utilizou dois anos para colocar o caixa em ordem e ainda abriu a concorrência para a obra de asfalto em Votuporanga. Ele fez o asfalto para o aniversário de 15 anos da cidade. Ele chamou de sapato preto da menina, que estaria debutando. O início do asfalto foi na rua Tocantins e custou $ 10 milhões de cruzeiros”, explicou ao A Cidade.
Porém, as conquistas de Nabuco não pararam por aí em sua primeira gestão. Ele foi o responsável por construir a rede de água. “Depois da recuperação das ruas, ele fez as galerias pluviais. Foram $ 17 milhões de cruzeiros para comprar os hidrômetros e ampliar a rede de água. A companhia que fornecia energia era chamada de Marry e foram $ 15 milhões na compra dessa companhia elétrica. Foram $ 20 milhões de cruzeiros para o Hospital Santa Catarina. Alguns recursos foram obtidos através do governador Carvalho Pinto, como reformas das capelas dos bairros São João e Santa Luzia. Aqui acabou sendo uma liderança regional, porque o papai conseguiu conquistar o Carvalho Pinto”.
Ela contou que também foram feitos os jardins e a obra da Concha Acústica. “Ele quis fazer, na época, um teatro para a população, então, ele construiu a Concha Acústica, que foi projetada pelo Lucio Costa que trabalhava com Oscar Niemeyer. Lembro que ela tinha um pé-direto alto e podiam ficar sentadas cerca de mil pessoas. O papai foi ao Rio de Janeiro para pedir que eles fizessem o projeto, tanto da Concha Acústica como do jardim que tem a fonte luminosa. No jardim, tinham lâmpadas coloridas que eram como se fossem flores e, de acordo com o clima e a cor, a pessoa podia transitar que não tinha problema com mosquitos. As águas também se movimentavam de acordo com o ritmo da música”, contou Maria Leda Nabuco.
A sua segunda gestão de 1969 a 1973, de acordo com a filha de Nabuco, foi marcada pelo primeiro plano diretor, pela diversificação da agricultura e pela educação. Ela afirmou que ele visava o emprego do camponês de acordo com a legislação.
“Ele comprou 48 alqueires de terra para fazer uma escola agrícola. Também foi criada a fazenda experimental e a implantação do bicho-da-seda. Então, ele fez para os agricultores a curva de nível em todo o município. Depois, vieram os açudes em todas as propriedades”, disse a filha de Nabuco.
Ela ainda afirmou que ele também foi o responsável por tornar Votuporanga um centro comercial da região. “O papai fez a ligação de Votuporanga com as cidades da região através das estradas Macaubal, Floreal, Pedranópolis, Sebastianópolis do Sul, Álvares Florence e algumas outras cidades e recuperou, principalmente, a Estrada Boiadeira para o pessoal fazer compras em Votuporanga”, afirmou Maria Leda Nabuco.