Nas contas da PM, aproximadamente 60 manifestantes estiveram presentes no protesto contra a Prefeitura de Votuporanga
Na manhã de ontem, manifestantes percorreram algumas ruas do Centro de Votuporanga Foto: Daniel Castro/A Cidade
Daniel Castro
daniel@acidadevotuporanga.com.br
Vestidos de preto e com “valorização” como principal palavra de ordem, servidores públicos municipais realizaram uma manifestação contra a Prefeitura na manhã de ontem no Centro de Votuporanga. Segundo os organizadores, cerca de 70 pessoas participaram do ato. Nas contas da Polícia Militar, aproximadamente 60 manifestantes estiveram presentes.
Por volta das 9h, os trabalhadores se juntaram em frente ao CPP (Centro do Professorado Paulista), na rua Amazonas. No local, eles fizeram alguns cartazes. Já por volta das 9h50, com bexigas e apitos, começou a passeata, que passou pela rua São Paulo e foi até o Cine Votuporanga.
De acordo com Fabiano Rodrigues Pera, 37 anos, servidor da área da saúde e um dos organizadores do protesto, a ideia de realizar o ato surgiu logo que o Poder Executivo enviou o projeto para a criação de remuneração de férias e 13º salário aos agentes públicos (prefeito, vice-prefeito e secretários municipais). Conforme a Administração Municipal, que retirou a matéria do Legislativo, o “projeto enviado à Câmara teve como base decisão do Supremo Tribunal Federal que assegurou o direito do recebimento do 13º salário e abono de férias para os agentes políticos, compreendidos como prefeitos, vice-prefeitos, secretários municipais e vereadores, em decisão de 1º de fevereiro de 2017”. “No início do mandato, foi falado tanto em contenção de gastos, e agora surgiu esse projeto, e o prefeito voltou a dizer que vai mandar novamente para a Câmara. Isso vai gerar um impacto de quase R$ 300 mil”, comentou o manifestante.
Na opinião do servidor, uma Prefeitura que busca conter gastos não pode adicionar um impacto de cerca de R$ 300 mil no orçamento. “Nós entendemos que isso não condiz com uma conduta ética do senhor prefeito, por isso resolvemos fazer essa manifestação contra ele”, disse.
Fabiano aponta ainda que os servidores não se sentem valorizados pela atual administração. Conforme ele, o chefe do Executivo alega que concedeu 8% de reajuste, porém o aumento foi uma reposição do 14º salário que foi extinto. “Foi um benefício que ele conseguiu para os servidores, e não um aumento”, acrescentou.
Em relação ao reajuste concedido pela Prefeitura anualmente, o manifestante aponta que o de 2017 foi o menor aumento nos últimos dez anos. “Foi 4,69%, então, se contarmos desde 2008 para cá, esse é o menor reajuste”, resumiu.