Os pais querem ainda que a profissional, caso tenha culpa, seja responsabilizada criminalmente pela morte da criança
Heitor Castro Lopes morreu no dia 12 de novembro de 2016 Foto: Arquivo Pessoal
Daniel Castro
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A morte do pequeno Heitor Castro Lopes, de 1 ano e 5 meses, deve render um grande imbróglio na Justiça. Revoltada após saber que o filho morreu por conta de uma pneumonia e não, como suspeitava a médica, por meningite, a família ingressou com processos para reparação de danos morais e materiais. Os pais querem ainda que a profissional, caso tenha culpa, seja responsabilizada criminalmente.
Em conversa com A Cidade, os advogados da família esclareceram que os indenizatórios são apenas consequência de todo o processo. “O que eles [pais] mais querem é que a justiça seja feita. A família quer é que seja feita Justiça, tanto no âmbito penal quanto no civil”, explicaram. Os processos são direcionados contra Santa Casa de Misericórdia e médica.
O processo para reparação de danos morais chega a quase R$ 1 milhão, assim como a ação de danos materiais. A primeira é uma indenização de aproximadamente R$ 500 mil para a mãe e o mesmo valor para o pai. Já o cálculo para o ressarcimento por danos materiais é feito com base na idade que a pessoa morreu e somando cerca de R$ 1 mil para cada mês até chegar na expectativa de vida do brasileiro, que é de 75 anos e alguns meses.
Além dos processos que os pais entraram, eles querem que a médica seja responsabilizada criminalmente, caso tenha culpa. Na Polícia Civil corre um inquérito para investigar o caso. “O que os pais mais querem é a Justiça”, observaram os representantes da família. Eles acrescentaram ainda que a médica pode responder por homicídio.
Heitor Castro Lopes morreu no dia 12 de novembro de 2016. Na ocasião, uma médica da Santa Casa de Misericórdia considerou o caso como suspeita de meningite. Posteriormente, um lado do Instituto Adolfo Lutz, de São José do Rio Preto, deu negativo para a doença, o que fez os pais da criança registrarem um boletim de ocorrência da Polícia Civil para saber a causa da morte. Eles acreditam também que houve negligência no atendimento do filho. Depois, saiu o laudo da necrópsia do bebê, atestando que a criança morreu por conta de uma pneumonia.
O fato da suspeita de meningite fez com que o caixão com o corpo da criança chegasse de Rio Preto lacrado. Na época, uma menina de 4 anos, irmã de Heitor, precisou ficar sete dias internada em um quarto de isolamento para observação.
James Garcia Lopes, de 43, pai da criança, está indignado com toda a situação e, segundos os advogados, os pais estão muito abalados psicologicamente. Ele garantiu que quer apenas justiça no caso “para que ela não faça com mais ninguém o que fez com nosso filho”.
A Santa Casa de Misericórdia informou que vai aguardar o final do inquérito e, por enquanto, não comentará mais o caso.