O jornal A Cidade conversou com autoridades religiosas de Votuporanga e elas condenaram a atitude dos ministros
Daniel Castro
daniel@acidadevotuporanga.com.br
Rendeu muita polêmica o posicionamento da primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu descriminalizar o aborto no primeiro trimestre da gravidez. O jornal A Cidade conversou com autoridades religiosas de Votuporanga e elas condenaram a atitude dos ministros.
Seguindo voto do ministro Luís Roberto Barroso, o colegiado entendeu que são inconstitucionais os artigos do Código Penal que criminalizam o aborto. O entendimento, no entanto, vale apenas para um caso concreto julgado pelo grupo na última terça-feira (29).
Para Waldenir Cuin, presidente da Associação Beneficente Irmão Mariano Dias, a posição dos ministros é lamentável e algo que atenta contra a dignidade moralidade humana. “É um absurdo que três pessoas criem uma pena de morte”, resumiu. Ele disse ainda que não consegue entender como membros da mais alta corte da justiça brasileira possam ter tal atitude.
Cuin entende perfeitamente a indignação de grande parte da população, uma vez que a atitude do Supremo Tribunal Federal fere a dignidade humana.
O pastor Antônio Graciano, presidente do Conselho de Pastores de Votuporanga, também lamentou a posição do STF. Ele relevou que conversou com vários pastores da cidade e o posicionamento deles é unânime em repudiar a atitude da Justiça nessa situação. “Entendemos que a vida se dá desde a fecundação, então isso que aconteceu foi um desrespeito”, falou.
Antônio acrescentou que o homem não tem nenhum direito de “tirar a vida de outro ser humano”, portanto os ministros estão se sentindo “semideuses”. O posicionamento do STF, continuou, é um grande retrocesso para o ser humano. “Foi um absurdo, então só pedimos a Deus que eles voltem atrás”, finalizou.
Na visão do padre Geomar Alves dos Santos, da Igreja Santa Luzia, os ministros extrapolaram o limite das decisões da justiça, já que eles não devem legislar, essa é a função dos parlamentares. “Os ministros extrapolaram as funções deles”, apontou. O posicionamento do STF, acrescentou, não corresponde à realidade.
O padre também comentou a questão das mulheres terem o direito de decidir sobre o próprio corpo, o que ele entende ser correto. No entanto, para ele, o feto é outro ser, portanto a mulher não tem direito de tirar a vida. “O feto não é um pedaço da mulher, mas sim outra vida”, disse. Assim como o pastor, ele entende que a vida ocorre desde a fecundação.