O bispo de Votuporanga, dom Moacir Aparecido de Freitas, lamentou a morte: “dom Paulo foi um grande ser humano”
Dom Paulo Evaristo Arns morreu na manhã de ontem
Daniel Castro
daniel@acidadevotuporanga.com.br
Morreu ontem em São Paulo um dos principais nomes da Igreja Católica no Brasil, o cardeal dom Paulo Evaristo Arns. O bispo de Votuporanga, dom Moacir Aparecido de Freitas, lamentou a morte: “foi um grande ser humano”.
Anteontem, o estado de saúde do arcebispo emérito da Arquidiocese de São Paulo havia piorado. Ele estava na unidade de terapia intensiva (UTI) devido a problemas renais. Dom Paulo tinha 95 anos de idade, 71 de sacerdócio e 76 de vida franciscana. Ele era cardeal desde 1973 e foi arcebispo metropolitano de São Paulo entre 1970 e 1998.
O trabalho pastoral de Arns foi voltado principalmente para os habitantes da periferia, os trabalhadores, para a formação de comunidades eclesiais de base nos bairros e para defesa e promoção dos direitos humanos. O portal Memórias da Ditadura, do Instituto Vladimir Herzog, relata parte da atuação do cardeal, que ganhou destaque em 1969, quando passou a defender seminaristas dominicanos presos por ajudarem militantes que se opunham à ditadura militar.
Para dom Moacir, o Brasil perdeu um grande defensor da vida, das pessoas mais necessitadas e dos direitos humanos. “Combateu a ditadura militar, trabalhou por aqueles que mais precisam de ajuda. Foi uma pessoa de grande importância na luta por causas nobres”, falou.
O líder da Igreja Católica em Votuporanga ressaltou ainda que dom Paulo viveu plenamente o evangelho dentro da realidade enfrentada no Brasil, por isso merece todas as homenagens. “Foi um grande ser humano”, apontou.
Dom Paulo Evaristo Arns nasceu no dia 14 de setembro de 1921 em Forquilhinha-SC e ingressou na ordem franciscana em 1939. Foi ordenado presbítero em novembro de 1945 na cidade de Petrópolis-RJ. Frequentou a Universidade Sorbonne, em Paris, onde estudou patrística (filosofia cristã) e línguas clássicas. Foi professor e mestre dos clérigos e chegou a atuar como jornalista profissional. Trabalhava como vigário nos subúrbios de Petrópolis quando foi indicado bispo auxiliar de dom Agnelo Rossi, em São Paulo, em 1966. Foi nomeado arcebispo de São Paulo em outubro de 1970, aos 49 anos.