Em longa entrevista concedida à Rádio Cidade, o vereador Jurandir Benedito da Silva, o Jura (PT), falou sobre diversas questões
Daniel Castro
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Em longa entrevista concedida à Rádio Cidade, o vereador Jurandir Benedito da Silva, o Jura (PT), falou sobre diversas questões: sua votação, campanha, trabalho na Câmara Municipal, entre outros. O petista revelou que foi rejeitado pelas duas principais chapas que concorreram ao Poder Executivo.
O parlamentar contou que conversou com os partidos da base do candidato Osvaldo Carvalho (PMDB), porém não houve diálogo. “Nós tentamos o tempo todo, dialogamos com os dois grupos políticos da cidade, e na realidade existe um veto no nome do Jura. Os partidos vetavam porque falavam que não queriam ser cabo eleitoral do Jura”, comentou. Ele entende que a questão nacional por qual passa o seu partido também foi relevante para a decisão dos chapas.
Jura credita à vários fatores o fato dele não ser reeleito. Ele lembra que “para se eleger, é preciso de votos, no entanto um fator relevante foi que a coligação era pequena”. Na opinião dele, a disputa foi acirrada e alguns candidatos exageraram, o que faz parte do processo. Outra questão relevante foi o Partido dos Trabalhadores, que passa por uma fase conturbada. “A forma de fazer política nesse país, infelizmente é em cima do dinheiro. Não só o PT, mas uma quantidade enorme de partidos também tem seus problemas com a Justiça”, comentou.
O parlamentar entende ainda que seu partido não conseguiu dialogar com a sociedade para mostrar que a sigla também foi importante para Votuporanga, uma vez que o Governo Federal realizou importantes obras no município. Em nível nacional, acrescentou, grandes projetos aconteceram desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula. Conforme ele, os principais programas do Brasil são copiados em diversos países.
Jura ressaltou que em nenhum momento fugiu, na Câmara, do debate sobre corrupção. “Sempre defendi que os envolvidos do Partido dos Trabalhadores fossem julgados, punidos e presos, mas defendo também que isso aconteça com os demais partidos. Não é só o PT que tem pessoas envolvidas em corrupção. A justiça tem que ser para todos”, apontou.
Jura revelou que imaginava um pouco mais de votos, no entanto, mesmo que isso acontecesse, por causa da pequena coligação, dificilmente o petista seria eleito. Por outro lado, continuou, ele avalia seu mandato de forma bastante positiva. Ele contou que conseguiu dialogar com todos os setores da sociedade, desde o empresarial até o Movimento Sem Terra. “Até dezembro, enquanto eu tiver mandato Câmara, estarei dando os plantões na Câmara Municipal, atendendo aquilo que é de competência do vereador”, falou.
O representante do PT observou ainda que o prefeito Junior Marão sempre esteve aberto aos seus posicionamentos, porque entendia que os pleitos do petista atendiam causas populares.
Questionado sobre perder praticamente metade do número de votos de uma eleição para outra, Jura disse que “isso é algo que a história terá que contar”. “Eu não tenho essa resposta”, disse. Um dos fatores pode ter sido, apontou, o fato de “trabalhar politicamente”. “Se eu tivesse trabalhado as pessoas que passaram pelo gabinete, pensando na questão eleitoral, e aí eu posso fazer mea-culpa, teria sido diferente”, revelou.