Moradores enfrentaram filas para resolver pendências; ao contrário de outras cidades, agências da Caixa estão abertas
Aline Ruiz
aline@acidadevotuporanga.com.br
Passos apressados e olhares atentos. Assim foi o dia da maioria dos moradores de Votuporanga ontem (7), após 31 dias de greve dos bancários, que aceitaram o reajuste de 8% e voltaram às atividades. No retorno, os clientes que tentaram resolver pendências financeiras enfrentaram fila, porém o atendimento foi tranquilo. Ao contrário do que ocorre em algumas cidades, as agências da Caixa voltaram a funcionar normalmente no município.
O A Cidade andou pelo Centro de Votuporanga e conversou com algumas pessoas. Uma delas foi a aposentada Ivanir Maria Sereno Sola, de 67 anos, que precisou esperar mais que o normal para resolver as pendências. “As filas estavam bem grandes, minhas pernas estão acabadas. Mas o atendimento lá dentro foi bem tranquilo, o ruim é a quantidade de pessoas mesmo, do resto está tudo normal”, contou.
O frentista Antonio Ferreira da Silva, de 48 anos, falou que considera um descaso o que o usuário teve de enfrentar durante a greve. “Entendo que todo profissional tem o seu direito de lutar, mas ao mesmo tempo eu acho um descaso. Agora temos que enfrentar fila e a culpa nem é nossa. Os problemas que tivemos durante a greve vão continuar até tudo voltar ao normal”, desabafou.
Por outro lado, Simone de Oliveira Silva, de 40 anos, afirmou que conseguiu resolver seus problemas por meio dos caixas eletrônicos. “Felizmente não enfrentei nenhum problema maior como muitas outras pessoas precisaram enfrentar durante os 31 dias de greve. Agora temos que aguentar o movimento nos bancos, vai continuar assim até que tudo volte ao normal”, disse.
Greve mais longa
A greve durou 31 dias e superou a de 2004, primeiro ano em que os bancários se uniram para negociar melhores condições para a categoria e que tinha sido a mais longa até então com duração de 30 dias, segundo a Confederação Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). A greve de 2015 durou 21 dias.
A Fenaban apresentou três ofertas aos bancários durante a greve. A última, divulgada na noite de quarta-feira, foi de reajuste de 8% em 2016 e abono de R$ 3.500. A proposta também inclui aumento de 10% no vale refeição e no auxílio-creche-babá e de 15% no vale alimentação. Os bancos também se comprometeram a garantir aumento real de 1% em todos os salários e demais verbas.
O acordo proposto pelos bancos tem validade de dois anos. Para 2017, os salários serão reajustados pela inflação (INPC/IBGE), mais 1% de aumento real.