Segundo Emerson Pereira, estão acontecendo cortes abusivos na iniciativa, e quem sai prejudicada é a população mais carente
Daniel Castro
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Poucos assuntos polêmicos foram levantados durante a 31ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Votuporanga, na noite de ontem. Uma questão que chamou atenção foi a denúncia feita pelo vereador Emerson Pereira sobre o programa estadual VivaLeite. Segundo ele, estão acontecendo cortes abusivos na iniciativa, e quem sai prejudicada é a população mais carente.
De acordo com o governo do Estado de São Paulo, o VivaLeite é maior programa estadual de distribuição gratuita de leite pasteurizado do Brasil. Criado em 1999, distribui anualmente 95 milhões de litros de leite enriquecido para crianças e idosos em situação de insegurança alimentar e vulnerabilidade social.
No entanto, segundo Emerson, o que está ocorrendo atualmente é um desrespeito com as pessoas que mais precisam, porque são famílias que realmente necessitam do benefício que está sendo prejudicadas. Conforme o parlamentar, várias pessoas o procuraram para reclamar a questão do corte. “O que está acontecendo é que há um recadastramento, e muitos estão sendo eliminados por conta da renda”, contou.
O parlamentar explicou que a regra para receber o benefício sempre foi a mesma, mas havia um bom-senso por parte do governo do Estado. “Eles exigem uma renda de, no máximo, R$ 220 por pessoa na casa, e agora estão fazendo os cortes, o que é inadmissível”, falou.
Ainda segundo ele, uma mulher o procurou e disse que ganha cerca de R$ 1 mil por mês, porém seu marido está desempregado, então ela foi cortada do programa por conta da renda. “Ela tem um filho de um ano que será prejudicado com isso. O marido está desempregado, então esse leite era uma grande ajuda para a família”, comentou.
Emerson lembrou que muitos pais que recebem um salário mínimo têm o benefício cortado, o que, na opinião dele, é um absurdo. “Deveriam ter mais atenção pelas pessoas. É um absurdo o que está acontecendo, e isso me deixa muito triste. O Estado segue sendo falho, e quem leva prejuízo são os pais”, comentou.
O vereador entende que algo precisa ser feito, talvez uma avaliação feita pelo governo. Ele espera também que o Poder Executivo auxilie para que algo seja feito sobre o assunto.
Por fim, Emerson ressaltou que ao invés do Estado fazer cortes que afetam os mais necessitados, ele deveria cortar os cargos comissionados, funcionários que recebem mais de R$ 20 mil por mês. “O lado mais frágil é sempre o primeiro a ser prejudicado”, concluiu.