O Instituto afirma que somente este ano já repassou ao hospital mais de R$ 1,1 milhão, conforme previsto em contrato
Daniel Castro
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Procurado pelo jornal A Cidade o Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) rebateu a Santa Casa de Misericórdia de Votuporanga após o hospital afirmar que deixará de atender os pacientes do Instituto. O Iamspe garante que cumpre suas obrigações.
O A Cidade enviou uma série de perguntas, porém o Instituto respondeu com uma nota breve. “O Iamspe esclarece que vem cumprindo com suas obrigações contratuais junto à Santa Casa de Votuporanga e que os valores apresentados pela reportagem são referentes ao excedente de contrato, que estão em análise”.
O Instituto acrescenta ainda que neste ano foram repassados R$ 950 mil para a Santa Casa e, sexta-feira (12), foi efetuado pagamento de R$ 173 mil, portanto, em 2016, o hospital recebeu, conforme o Iamspe, R$ 1.123 milhão.
Na semana passada a Santa Casa enviou um ofício ao superintendente do Iamspe, Latif Abrão Júniro, formalizando o pedido de descredenciamento da instituição, dentro do período de 60 dias. O motivo principal é o atraso recorrente dos repasses dos serviços prestados que, atualmente, é de R$ 816 mil (referente ao faturamento da competência de abril, maio e junho/2016), e a falta de um novo contrato que atenda todas as necessidades dos usuários do plano, sem onerar o hospital.
De acordo com a Santa Casa, após anos suportando os recorrentes atrasos, com várias tentativas de negociação e notificações, o hospital viu-se obrigado a tomar “essa difícil decisão para não comprometer os demais atendimentos, já que atualmente, o contrato vigente não é suficiente nem para os atendimentos de urgência e emergência”. Por isso, nos últimos meses, o hospital teve que contingenciar os atendimentos eletivos e ambulatoriais.
A Santa Casa ressalta que se esforçou muito para buscar uma solução definitiva junto a operadora, de modo que os atendimentos fossem custeados de forma justa, sem gerar prejuízos para o único hospital filantrópico da cidade e ainda atender por completo os anseios dos clientes. “Lamentamos profundamente que a negociação não tenha evoluído e que o descredenciamento seja a única opção. Como já é sabido, a situação dos hospitais filantrópicos foi agravada fortemente com esse cenário nacional de crise política e econômica”, concluiu.