O vereador Emerson Pereira fez reclamações sobre o serviço prestado no hospital durante a sessão da Câmara de ontem
Daniel Castro
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Na primeira reunião após o recesso parlamentar do meio do ano, realizada na noite de ontem, um dos assuntos discutidos foi o atendimento na Santa Casa de Misericórdia de Votuporanga. O vereador Emerson Pereira denunciou problemas no atendimento e garantiu que um médio se recusou a atender uma criança.
Segundo o legislador, um pai levou seu filho de 9 anos para ser atendido na Santa Casa, uma vez que a criança estava com dor na mão. No hospital, um médico teria dito que a mão não estava quebrada. “Deu até polícia na Santa Casa. Ela não teve atendimento e foi barrada na guarita. A criança chorando de dor, e a mãe chamou a polícia. A criança saiu sem ser medicada e foi para o UPA, onde foi feito o Raio-X que comprovou que a mão estava quebrada. Ela foi medicada e teve o atendimento adequado”, contou.
Conforme Emerson, o médico negou atendimento para a criança, e isso é muito grave. “Eu tenho medo de que a Santa Casa se transforme em um hospital particular para quem tem plano de saúde. A Santa Casa deve voltar a ser um hospital para o povo”, apontou.
Em outro caso, Emerson disse que gostaria de mostrar toda a revolta que uma parcela da população tem em relação ao hospital e contra todo o setor da saúde na cidade. De acordo com ele, na semana passada, a filha de um homem de 79 anos o procurou para reclamar que seu pai não conseguiu marcar uma cirurgia na cidade. “O seu José Ataíde precisa fazer uma cirurgia, ele é muito doente e faz tratamento no AME, mas, segundo a família, o AME não está fazendo cirurgia em Votuporanga, então tem que mandar para outra cidade”, falou.
O parlamentar afirmou que a família não tem condições de se locomover para São José do Rio Preto, ainda mais que a esposa do idoso, que o acompanha, tem 72 anos, o que dificulta a locomoção dela. “A mulher me falou ainda que várias cirurgias estão sendo canceladas”, acrescentou.
Na tribuna, o legislador disse que faria uma “reportagem ao vivo”. Para ratificar suas afirmações sobre a reclamação da munícipe, o parlamentar ligou para uma mulher. Ela afirmou – no telefone e para todos ouvirem – que seu pai, de 79 anos, não conseguiu marcar uma cirurgia para a cidade, então o idoso terá que ser operado em Rio Preto. “Minha mãe tem 72 anos, então e muito complicado ela ficar com ele no hospital”, contou.
Na opinião de Emerson, a população “não pode ser tapeada como está acontecendo”. “A diretoria atende com qualidade os planos de saúde, que estão sempre em primeiro lugar, e a população fica em segundo”, destacou.
Por sua vez, o vereador Eliezer Casali esclareceu que a situação das cirurgias não é bem como seu colega falou. Conforme ele, todos os pacientes que chegam ao AME e que precisam passar por cirurgia, a delegacia regional faz uma regulação para a realização da operação, então não é a Santa Casa que decide. “A Santa Casa não atente a 100% dos nossos anseios, mas o hospital também recebe elogios. Nesse caso da cirurgia, a culpa não é da Santa Casa”, falou.