Empresa abandona obra do Tiro de Guerra e inauguração da nova sede é adiada pela quarta vez
Daniel Castro
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Ao que tudo indica as linhas de transporte coletivo dos bairros Jardim Itália e Célio Honorato Júnior, em Votuporanga, não devem voltar a circular, já que a Expresso Itamarati leva prejuízo na cidade. Convidada pela Câmara Municipal para prestar esclarecimentos sobre o transporte, representantes da empresa participaram, na tarde de ontem, com os vereadores.
Valdeir Aparecido Zanin, diretor operacional da Itamarati, o diretor Diego Mansur e o gerente regional Rodrigo Oliveira falaram sobre a questão com os vereadores Pedro Beneduzzi, Jurandir Benedito da Silva, o Jura, Osvaldo Carvalho, Emerson Pereira, Douglas Lisboa, Edílson Pereira, Eliezer Casali e Sílvio Carvalho, o Silvão. Uma sugestão dada pelos parlamentares seria de uma nova rota, que transportaria passageiros de outros locais e passaria Jardim Itália e Célio Honorato Júnior, porém a empresa explicou que isso não é possível.
Em conversa com A Cidade, Diego comentou que há dificuldades para a empresa trabalhar no município. São dois os principais problemas: a queda significativa no número de passageiros e o alto índice de gratuidade: 46,48% no mês de maio. No quarto mês de trabalho na cidade, em dezembro de 2013, a companhia transportou 117.519 passageiros. Já no mês passado, foram transportadas 94.618 pessoas transportadas.
No entanto, explicou o diretor, o que mais afeta do rendimento é o alto índice de gratuidade. “Enquanto nas outras cidades o índice é de 11 a 14%, aqui, em média é de 44,21% por mês”, comento. Em Votuporanga há mais um agravante para o número de passageiros gratuitos: a lei municipal que obriga passagens grátis para pessoas com idade a partir de 60 anos. Nas cidades onde não há lei municipal, somente passageiros com 65 anos ou mais não pagam passagem.
A empresa reafirmou que a linha foi implantada em caráter experimental e transportava em média dois passageiros por dia. O volume de pessoas transportadas no período de teste não atingiu o IPK (Índice de Passageiros por Quilometro), de acordo com Lei Municipal 4883 do dia 23 de outubro de 2010. Portanto, pelo número de passageiros transportados não há possibilidades da linha retornar.
Ao A Cidade o diretor Zanin disse gostou da reunião e destacou que a Câmara local está muito bem representada, no entanto o número de passageiros dificulta o retorno das linhas. “São dois passageiros por dia. É impossível, porque não é economicamente viável. Com esse número, não dá para manter”, falou.
A intenção dos vereadores é conversar novamente com o prefeito Junior Marão para que seja estudada uma maneira de fazer com que a linha volte a circular.