As Secretarias Municipais de Direitos Humanos e de Saúde se uniram para uma boa causa. As pastas irão promover uma palestra sobre DST/Aids no próximo dia 17 de junho, no Polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB). A ação conta com a parceria do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra.
A coordenadora do programa DST/Aids de Votuporanga, Léa Cristina Bagnola, irá traçar o perfil da Aids em Votuporanga e região. De acordo com o programa estadual DST/Aids, a taxa de mortalidade da doença no município em 2013 é de 18,4 por 100 mil habitantes. O número de óbitos na cidade é de 218 no período de 1990 a 2013. “Em 2012, o nosso índice era de 10,4. Já no ano seguinte, aumentamos oito pontos. É extremamente válido alertar a população sobre a doença, ressaltando as formas de prevenção. Esperamos que cada participante seja multiplicador das orientações, para que possamos ter maior adesão nos testes rápidos, registrando diagnóstico precoce”, alertou.
Angelita Alves Toledo irá discorrer sobre a incidência do vírus da Aids na mulher negra. “As mulheres negras estão mais vulneráveis em contrair algumas doenças sexualmente transmissíveis - DSTs, como o vírus da Aids, pelas condições socioeconômicas em que se encontram atualmente, decorrentes de um passado escravocrata que lhes reservou as piores condições de vida, trabalho, escolaridade, moradia, renda, etc. Além disso, muitas delas são chefes de família, um fator que dificulta ainda mais os cuidados e atenção à saúde, frente a inúmeras responsabilidades, como trabalhar, manter a casa, cuidar dos filhos”, disse.
O programa de DST/AIDS da Prefeitura de São Paulo (2015) tem apresentado dados alarmantes do aumento de detecção de HIV nas mulheres negras (pardas 14,1% e negras 28,8%) se comparadas às mulheres brancas (9,3%), sendo que grande parte das novas detecções são de jovens a partir dos 15 anos e em idade reprodutiva. “O número de mulheres negras recentemente detectadas com o vírus é três vezes maior do que o das mulheres brancas, e as mulheres negras ainda estão morrendo duas vezes mais que as brancas por conta da contaminação”, complementou.
O secretário de Direitos Humanos, Flávio Liévana, reforça o objetivo da palestra. “O aparecimento da Aids chamou a atenção da sociedade, e hoje, as doenças sexualmente transmissíveis são consideradas, pela Organização Mundial de Saúde, um problema de saúde pública que atinge o mundo inteiro. Queremos sensibilizar o cidadão para uma vida sexual com menor risco, bem como acabar com os tabus envolvidos no tema”, disse.