O preço do feijão provavelmente nunca subiu tanto tão repentinamente, o que surpreendeu os consumidores
Daniel Castro
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O preço do feijão provavelmente nunca subiu tanto tão repentinamente, o que surpreendeu os consumidores. Com o valor do alimento nas alturas, as donas de casa estão se virando para tentar manter o tradicional companheiro do arroz na mesa. Outras preferem deixar ele de lado. “Não estou nem comento”, revelou uma mulher ao A Cidade.
A reportagem esteve em um supermercado de Votuporanga e conversou com as pessoas sobre o preço do feijão. Neuza Camargo acha o valor um absurdo, uma vez que não há justificativa plausível para um aumento tão grande e repentino. “Subiu muito e bastante rápido, então fica complicado. Não estou nem comendo”, falou. A dona de casa, de 71 anos, lembrou que o feijão é um produto básico da alimentação diária, portanto o valor alto prejudica bastante toda a população.
Neuza acrescentou que não pensa apenas nela, mas em toda a comunidade. “Algumas pessoas que têm uma renda um pouco maior conseguem seguir; agora você já pensou as famílias que sobrevivem com salário mínimo?”, questionou.
A idosa observou que o momento é de “inventar” na cozinha para manter as refeições sem feijão. “Fazemos macarrão, batata ou outra coisa”, comentou. Ela é a favor das pessoas deixarem de comprar feijão por um tempo, porque, na opinião dela, com essa atitude, certamente o preço cai.
Tímida, Sônia não quis falar seu sobrenome, porém a timidez passou no momento de falar sobre o preço do feijão. “Muito caro. Deu para sentir forte a diferença do valor no bolso”, contou a dona de casa de 45 anos.
Segundo o supermercadista Renato Gaspar Martins, do Supermercado Santa Cruz, o preço do feijão subiu 33,49% no ano até maio e 41,62% em 12 meses. “Um dos motivos para o aumento foi a quebra nas safras de Minas Gerais e Mato Grosso”, esclareceu. O alimento ficou mais caro devido à queda na produção, impactada por alterações climáticas, como a estiagem no início do ano.
Ainda conforme Renato, a expectativa é que em meados de agosto o preço do feijão fique estável.