O ex-deputado e atual pré-candidato a prefeito afirmou que Marinho “cumpriu um papel de boneco de ventríloquo”
Daniel Castro
daniel@acidadevotuporanga.com.br
Sem meias palavras, o ex-deputado federal João Dado (Solidariedade) rebateu as afirmações do presidente Diretório Municipal do PSDB, Mário Fernandes Júnior. Segundo Marinho, o ex-parlamentar foi procurado antes da sigla lançar a pré-candidatura do empresário Helton Borges, afirmação negada por Dado em entrevista à Rádio Cidade.
Para João Dado, a sua pré-candidatura é natural, uma vez que sempre ajudou o município, mesmo agora que não é deputado federal, e colaborou com todas as grandes obras realizadas por Junior Marão, a quem ele chamou de “maior prefeito que Votuporanga já teve”. “Quando você tem experiência, história e conhecimento para trazer recursos, é natural você colocar o seu nome”, disse.
O pré-candidato contou que não ficou muito contente com o posicionamento do PSDB em afirmar que procurou Dado antes de lançar a pré-candidatura de Helton Borges. Conforme o ex-deputado, a afirmação não é correta e baseada nos fatos, porque, quem procurou o partido foi ele, algo informado pela mídia. “Eu procurei o deputado Carlão e tenho conversado sempre com o prefeito Junior Marão”, contou.
O que causou estranheza, explicou o ex-parlamentar, foi o presidente do PSDB, Mário Fernandes Júnior, o Marinho, com quem o ex-deputado garantiu não conversar há cerca de dez anos sobre política, “querer traduzir a história”. Esse, acrescentou, “é um papel muito perigoso, porque ele não esteve como interlocutor dos fatos”. “Quando ele diz que isso aconteceu, ele está cumprindo um papel de boneco de ventríloquo, e isso não é bom para a veracidade dos fatos”, frisou.
O pré-candidato confirmou que em 2014 conversou com o deputado Carlão e o empresário Valmir Dornelas, porém, na realidade, eles não foram o consultar se ele aceitaria ser pré-candidato a prefeito pelo grupo. O assunto, continuou, foi outro: o empresário Valmir ser pré-candidato, porém este, de pronto, declinou. “Portanto, na própria reunião, quem foi cogitado para ser pré-candidato e rejeitou imediatamente não foi o Dado, foi Valmir Dornelas. Isso são fatos, porque são pessoas que estiveram no encontro”.
Sobre a sua relação com Marinho, o ex-deputado contou que o cumprimenta normalmente e que o respeita como secretário e presidente do PSDB, porém “se ele quer traduzir a história, precisaria se certificar da veracidade dos fatos”. O ex-parlamentar afirmou que não está preocupado com polemizar, mas se preocupa com a veracidade dos fatos. Ele garantiu ainda que não é o “radical que não procurou ninguém”.
O líder do Solidariedade disse que após deixar a Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (Sert), foi procurado por diversas pessoas da cidade e encorajado a não deixar a política, o que resultou na sua opção em ser pré-candidato. “A minha pré-candidatura nasce de 16 anos de prestação de serviços ao povo da minha terra, que é quem vai julgar se merecemos ou não”, falou.
Dado rebateu ainda a afirmação de Marinho, no qual diz que o ex-deputado não teria conversado com nenhuma liderança do grupo. Ele relatou que conversou inúmeras vezes com o prefeito Junior Marão, com quem tem relação de amizade e reconhecimento. “Nós sempre procuramos o diálogo e o consenso”, afirmou.
Em relação à pré-candidatura lançada pelo PSDB, ele destacou que não tem nada contra, porque Helton Borges é uma pessoa boa, é seu amigo e tem direito de ser pré-candidato, porém o que ele não tolera é alguém que não esteve presente “recontar história”. Após o anúncio do PSDB, Dado disse que foi procurado por importantes lideranças políticas da cidade.
O ex-parlamentar comentou ainda que, mesmo respeitando a todos os partidos, não há possibilidade de ele ser pré-candidato a vice-prefeito.
O pré-candidato segue com a opinião de que há, em alguns setores, falta de reconhecimento pelo seu trabalho, uma vez que ele já trouxe para cidade aproximadamente R$ 70 milhões em recursos.