Educadores e vereadores participaram de uma reunião no fim da tarde de ontem em que os ânimos estavam exaltados
Daniel Castro
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Em uma reunião realizada no início da noite de ontem, às 18h, foi discutido o Projeto de Lei Complementar n° 01/2016, que está em trâmite na Câmara Municipal de Votuporanga. Professores, vereadores e Sindicato dos Servidores Públicos Municipais participaram do encontro, em que a Secretaria Municipal de Educação, comandada por Sílvia Rodolfo, foi duramente atacada.
De início, os educadores comentaram sobre o caso da professora Nélia Cristina Messias da Silva, acusada de agredir alunos no CEM Professora Anita Liévana Camargo. Eles ressaltaram que não estavam na reunião para defender ou condenar a atitude da educadora, mas queriam apenas destacar a atual realidade e grandes dificuldades enfrentadas pelos docentes.
Na opinião dos professores, a agressão é o ápice de tudo o que a classe vem passando nos últimos anos, já que um grande número de docentes encontra-se doente. “Os professores de Votuporanga estão doentes!”, brandou uma professora. Já um professor disse que “trabalhar doente é um tiro no pé!”.
Para a classe presente na reunião, o artigo sobre assiduidade é um castigo promovido pela Secretaria Municipal de Educação: “você se ausentou, então você é punido, e não importa o motivo”, opinaram.
Os educadores fizeram graves acusações contra a secretaria, entre elas a que os docentes estariam sendo praticamente obrigados a trabalhar mesmo estando doentes. Em outra acusação, eles disseram que sempre que uma reclamação é levada à secretaria, os professores ouvem: “não está contente, pede exoneração”. “Está faltando ética. Trabalhamos com pressão há quatro anos”, disse outra professora.
Eles se queixaram ainda do que chamaram de “falta de humanidade”. Na opinião deles, na maioria dos casos, os professores são tratados com frieza. “Muita gente não veio aqui por medo”, comentaram.
Já sobre a Lei Complementar n° 01/2016, que altera, caso aprovada, a Lei n° 215 (de julho do ano 2012), os professores são contrários ao artigo 84, referente à assiduidade. Eles também não são a favor do processo seletivo para diretores de escolas. Para os docentes, as duas questões deveriam ser retiradas do projeto; caso isso não ocorra, eles preferem que todo o projeto seja excluído. No final, foi decidido que o pedido para a retirada dos artigos será encaminhado ao prefeito Junior Marão.
Participaram da reunião os vereadores Jurandir Benedito da Silva, o Jura, Walter José dos Santos, o Wartão, Osvaldo Carvalho, Edilson Pereira Batista e Douglas Lisboa.