O presidente da sigla em Votuporanga, Beto Garcia, entende que a ação contra o ex-presidente Lula da Silva não foi correta
Daniel Castro
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O Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) comentou a ação realizada pela Polícia Federal que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva coercitivamente para prestar depoimento. Por meio do seu presidente, a sigla enalteceu que é importante investigar, mas entende que a ação contra Lula não foi correta.
Em conversa com A Cidade, José Roberto Garcia, o Beto, presidente do diretório do PT em Votuporanga, destacou que é totalmente a favor das investigações, porém entende que a maneira de atuação da Polícia Federal não foi correta. “A forma foi precipitada, de desrespeito até ao Supremo. O ex-presidente Lula nunca se omitiu em falar, então para que essa pressão?”, contou.
Beto ressaltou ainda que podem até existir indícios, no entanto não há provas de nada contra o ex-presidente. Ele observou ainda que é totalmente contra corrupção, porém frisou que ninguém deve ser condenado antes do julgamento.
O líder do PT no município enxerga ainda uma grande pressão na mídia para “derrubar” o governo da presidente Dilma Rousseff. “Sou a favor de investigar, mas porque não investigam todos os lados? E o metrô de São Paulo? E a merenda escolar?”, disse. A mídia, acrescentou, tem grande parcela na pressão que acontece sobre o Partido dos Trabalhadores.
O presidente do diretório comentou ainda a nota divulgada pelo Instituto Lula. A entidade alega que a ação da Polícia Federal deflagrada ontem foi uma ação violenta, com o objetivo de provocar constrangimento público ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além de mandados de busca em diversos endereços do ex-presidente, a Operação Aletheia cumpriu mandado de condução coercitiva para Lula, que prestou depoimento no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Beto concorda com a nota quando diz que nada justifica um mandado de condução coercitiva contra um ex-presidente que colabora com a Justiça, espontaneamente ou sempre que convidado. “Nos últimos meses, Lula prestou informações e depoimentos em quatro inquéritos, inclusive no âmbito da Operação Lava Jato. Dezenas de Testemunhas foram ouvidas sobre estes fatos alegados pela Força Tarefa, em depoimentos previamente marcados. Por que o ex-presidente Lula foi submetido ao constrangimento da condução coercitiva?”, questiona o Instituto.
Em sua análise, Beto destaca também que atualmente há uma grande pressão da “direita, que quer, de qualquer forma, derrubar o governo”. O presidente do diretório lembra ainda que o ex-presidente Lula já observou que, se for necessário, ele será candidato a presidente da República em 2018. “Nós confiamos no ex-presidente Lula”, concluiu.