Atraso com fornecedores gira em torno de 90 dias em média; secretário espera que até abril possa contornar a situação
Secretário de Finanças, Controladoria e Modernização, Egmar Marão Alfagali, durante entrevista ao jornal A Cidade
Isabela Jardinetti
isabela@acidadevotuporanga.com.br
O aumento das receitas de Governo Federal e Estadual para Votuporanga este ano será de 9,5%, já as despesas do município vão aumentar em 15%. De acordo com o secretário de Finanças, Controladoria e Modernização, Egmar Marão Alfagali, a diferença de 5,5% que faltará para cobrir os gastos tem estimativa de ser entre R$ 5 a R$ 7 milhões.
“Vamos ter que pagar essa diferença com recursos próprios da Prefeitura, apesar de ser apenas uma previsão, temos que nos preparar. As receitas estão caindo e as despesas aumentando. Teve alta na energia e no petróleo, então é uma cadeia de aumento. Esses crescimentos de despesas chegam a 20%, e com as receitas com uma queda de aproximadamente 7%, a conta não fecha”, disse.
A crise econômica vem se instalando nos municípios do país desde maio de 2014, quando começou a queda das arrecadações do Governo Federal e Estadual. “Essa situação se agravou ainda mais pós-eleição, as Prefeituras não aguentam pagar todas as contas sozinhas. Prova disso é o Cauc, um tipo de Serasa do Governo Federal, em que 96% dos municípios estão nele. Votuporanga é um dos 4% que não entrou nessa lista”, disse.
Para o secretário, o PIB (Produto Interno Bruto) este ano não vai crescer. “Nós temos essa clara noção de que a crise vai se acentuar. A máquina pública não para, as despesas aumentam e o custo das Prefeituras também”.
Para controlar a crise financeira, Egmar comentou que a Prefeitura teve que tomar algumas decisões. “Quando uma crise se aprofunda é hora de priorizar, e o que estamos priorizando são as áreas da saúde, educação e assistência social. Enquanto somos obrigados por lei e a destinar 15% de recursos para a saúde, estamos liberando 30%, já na educação a lei diz 25%, e estamos destinando 29%. Tem também a assistência social, em que separamos 7,2% de recursos, enquanto a média no Brasil em outros municípios é de 2% ou 3%”, disse o secretário, que informou que esses investimentos somam em torno de R$23 milhões ao ano de recursos próprios.
Atraso com fornecedores
A defasagem de atraso a fornecedores da Prefeitura gira em torno de 90 dias em média. O secretário acredita que até o fim de abril, a Administração Municipal consiga controlar essa situação.
“Nós temos problemas com fornecedores sim, mas já melhorou muito no mês de janeiro, em comparação a situação que
vivenciamos no fim do ano passado. Já diminuímos em torno de 40% esses atrasos desde novembro. Agora estamos começando a receber o IPVA, mês que vem já entra o IPTU e assim vamos contornando”.
Egmar ressaltou ainda que a Prefeitura praticamente não tem dívida. “Estamos numa situação preocupante sim, mas controlada, os salários de funcionários em dia, 13º já foi pago, agora é controlar”, disse.