Prefeito fez reunião para buscar solução para os moradores de rua que perturbam a sociedade local
Da Redação
O prefeito de Votuporanga, Junior Marão, se reuniu nesta semana com representantes de diversas instituições que trabalham em busca da solução para os moradores de rua que perturbam a sociedade local. O assunto foi discutido nas inúmeras áreas envolvidas como saúde, assistência social, direitos humanos, segurança pública e contou com a presença do pároco Gilmar Margoto, representando a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, região onde se concentra maior número de pessoas que vivem nestas condições.
O prefeito afirmou que fará os investimentos necessários para contribuir com o trabalho, entre eles, a contratação de uma equipe técnica para realizar as abordagens sociais também à noite, aos finais de semana e em feriados, momentos em que a Polícia Militar alega que acontecem as ocorrências com mais frequência. “Este trabalho é uma corrente, cada um tem que fazer a sua parte e juntos faremos uma força tarefa”, afirmou Marão.
As Secretarias de Saúde e Assistência Social, representadas na reunião pelas secretárias Fabiana Parma e Marli Pignatari, desenvolvem um trabalho para tentar coibir que os moradores de rua se aglomerem em locais como a praça da Igreja Matriz por meio de um cadastramento destas pessoas. Quando há necessidade, as secretarias utilizam de meios como internação compulsória (nos casos de dependentes químicos e de álcool) ou, em outros casos, retorno ao convívio familiar por meio dos programas sociais. No município também existe a Casa Abrigo Irmãos de Emaús, entidade assistencial que oferece abrigo e trabalho para inclusão social.
As autoridades destacaram a importância de as pessoas registrarem ocorrência na Polícia Militar quando se sentirem ameaçadas ou violentadas, física ou verbalmente, pois é somente a partir do Boletim de Ocorrência feito pelas vítimas que as ações podem ser tomadas pelas Polícias Militar e Civil.
Em fevereiro deste ano, uma grande operação conjunta foi montada para atuar no caso. Naquela ocasião foram recolhidas 14 pessoas: oito foram internadas em clínicas de recuperação por se tratarem de dependentes químicos de álcool ou outras drogas e estão em tratamento com acompanhamento pelo CAPS AD (Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas), três retornaram as suas cidades de origem e outras três foram recebidas pelas famílias por meio de um trabalho social realizado com acompanhamento profissional.
Segundo dados do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) o município tem registro de que exista cerca de 15 a 20 moradores de rua naturais de Votuporanga. “Muitos possuem renda como benefícios do Governo Federal, outros são aposentados, uma situação que dificulta as ações sociais, tendo em vista que não adianta oferecer os programas de geração de renda que temos disponíveis na cidade porque eles não querem, assim como também não querem voltar ao convívio familiar. Para eles é cômodo morar nas ruas porque eles dizem que a população ajuda com esmolas. Eles estão conseguindo se manter na rua e manter seus vícios por meio de esmolas”, explicou a secretária de Assistência Social, Marli Pignatari.
Estes moradores que já foram encaminhados para tratamento no CAPS AD seguem com acompanhamento profissional. “Enquanto órgão de saúde trabalhamos para a resolução dessa problemática. Estamos em busca de parcerias junto as esferas estadual e federal para a instalação de novos programas no município, a fim de melhorar a qualidade de vida dessa população”, ressaltou a secretária de Saúde, Fabiana Parma.
A reunião também contou com a presença do capitão da Polícia Militar, Edson Fávero; o delegado de polícia, Ali Hassan Wansa; o secretário de Direitos Humanos, Emerson Pereira; assistentes sociais do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), representantes do Caps AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas), e o presidente da Casa Abrigo, João Carlos Teixeira, com a assistente social Amélia Marques Nunes.
O jornal A Cidade já fez matérias abordando a situação de moradores de rua. O assunto já foi repercutido na tribuna por diversos vereadores e rendeu críticas para a secretária de Assistência Social.