Karolline Bianconi
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O secretário de Direitos Humanos, Emerson Pereira, obteve reposta rápida de uma funerária de Votuporanga, a respeito do atendimento gratuito prestado às famílias que não possuem condições de pagar pelos serviços. Na edição de ontem, o jornal A Cidade divulgou, com exclusividade, a reclamação da família de Maria Ivonete de Fátima Ruis Alves, 48 anos. Indignados por terem que enterrá-la em um caixão de madeira simples, com forro em MDF e com tampa de papelão, eles procuraram o secretário, assim como a Câmara Municipal, para pedir providências. Emerson recebeu mais de 15 ligações ontem, de pessoas que estavam inconformadas como o velório carente estava sendo realizado em Votuporanga.
Na semana passada, uma família perdeu dois entes queridos. Em ambos os casos, não existiam condições deles pagarem os serviços: no primeiro, um empresário arcou com as despesas; já no de outro, ao saberem sobre o serviço gratuito por parte da funerária, optaram por parcelar a dívida e pagarem juntos.
Por mês, a Prefeitura realiza em média 10 velórios/enterros para famílias que comprovam não ter condições de pagar pelo serviço, que integra a Secretaria de Assistência Social. Existe um revezamento por parte das duas empresas da cidade.
Visita
Pereira contou para a reportagem que recebeu em sua secretaria na manhã de ontem o responsável da empresa que realizou o serviço funerário gratuito de Maria Ivonete. Ele se desculpou pelo ocorrido, sugerindo até que caso tivesse autorização da Justiça para retirar o corpo e colocá-lo em um caixão melhor, realizaria a ação. Porém, esta medida só é permitida em casos especiais.
Segundo o secretário, a empresa se comprometeu que quando completar três anos do enterro, será disponibilizada uma urna para depositar os ossos, aguardando assim, a família providenciar o enterro como desejar. Pereira pediu que a empresa enviasse um ofício à sua secretaria, registrando o acordo.
Emerson cobrou que os próximos serviços funerários gratuitos tivessem uma atenção maior da empresa, sugerindo que os caixões fossem de qualidade, além de oferecer com flores (em sentimento à família), e ser disponibilizado café com açúcar e copos descartáveis.
O empresário disse que o caixão utilizado no enterro carente era usado em São José do Rio Preto, São Paulo e outras cidades, mas comprometeu-se a trocar estes caixões por outros de melhor qualidade. Ele ainda garantiu ao secretário que as próximas solicitações de serviço gratuito serão oferecidos caixões de boa qualidade – os mesmos que são vendidos a R$ 800 e são considerados simples.