Estamos em novembro, penúltimo mês do ano, próximos ao fim deste ciclo de 2024. Hoje, Dia de Finados, quero refletir sobre a brevidade da vida e a arte de viver! Aliás, você está vivendo ou sobrevivendo?
Carl Jung tem uma citação importante para nós hoje: “Quando aprendemos com nossos antepassados, damos a eles um sopro de vida, permitindo que vivam através de nós.”
A melhor forma de honrar quem veio antes é viver da melhor forma possível, com os ensinamentos que nos deixaram, com o que temos em mãos, sem reclamar!
Sêneca, em De Brevitate Vitae (Sobre a Brevidade da Vida), fala: “Não dispomos de pouco tempo, mas desperdiçamos muito. A vida é suficientemente longa para grandes realizações, se a aplicarmos bem; porém, quando a diluímos no luxo e na preguiça, somente então, compelidos pela necessidade final, percebemos que o tempo passou.”
Por isso, pergunto novamente: você está vivendo ou apenas sobrevivendo? Está honrando a vida que lhe foi dada?
Esta semana, em uma conversa com um conhecido que não via há mais de um ano, ele mencionou a perda de seu único filho. Eu logo pensei: “Não consigo processar essa dor”, pois cada ser humano vive o luto de uma forma. Conversamos sobre a importância de viver a vida com intensidade, de amar e perdoar – perdoar especialmente a nós mesmos – por coisas pequenas. Essa falta de perdão deixa feridas abertas; mas, ao perdoar, curamos e, embora fiquem cicatrizes, elas nos lembram que superamos a dor. O luto sempre vem acompanhado de arrependimentos por não termos dito “eu te amo” ou por brigas e mágoas desnecessárias.
A vida é para ser vivida no presente, no hoje. Como Sêneca dizia: devemos evitar desperdiçar tempo com futilidades e focar no que realmente importa. Talvez estejamos tão ocupados que deixamos de lado quem amamos. Para viver em paz, é preciso parar de julgar, cobrar e ressentir-se com os outros, lembrando que cada um tem sua missão única e uma vida a ser vivida de forma autônoma!
Costumo dizer que precisamos estar de “mala pronta”. A vida é breve, e nada realmente nos pertence – nem nosso corpo, nem nossos entes queridos, nem nossas posses. Apenas fazemos a gestão do que temos enquanto estamos aqui. Desejo levar, na minha “mala”, apenas boas lembranças e a certeza de que vivi da melhor forma possível, com o que tinha em mãos.
Aliás, nem a “mala” é nossa, só temos a experiência vivida! Por isso, meu amigo, vamos viver com “menos fórmulas e mais experiências”!
Para trazer mais conhecimento para nossa reflexão, compartilho cinco dos maiores arrependimentos na hora da morte, do livro da australiana Bronnie Ware, que passou anos cuidando de pacientes em cuidados paliativos e compartilhava suas experiências em um blog que culminou no livro Antes de partir - Os 5 principais arrependimentos que as pessoas têm antes de partir. Ao ler cada um deles, peço que pare e reflita sobre o seu momento atual:
1. Eu gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo.
2. Eu queria não ter trabalhado tanto.
3. Eu queria ter tido a coragem de expressar meus sentimentos.
4. Eu queria ter mantido mais contato com meus amigos.
5. Eu queria ter me permitido ser mais feliz.
Refletiu? Quanto do seu tempo está sendo usado para viver de verdade? Tempo não é dinheiro; tempo é vida. Esquecemos que iremos partir e que devemos estar com nossa “mala pronta”. Não sei se estarei viva quando você ler esta coluna. Não controlamos nada além das escolhas que fazemos no presente. Escolhi preparar minha mala dia a dia, focando no que me mantém no caminho. Fácil? Claro que não! Desafio diário!
E como nosso foco é progredir, vamos juntos?
Reflita
• Por que escolher brigar quando se pode amar e cuidar? Entenda que o outro é diferente de você e tem suas próprias dores. Respeite e faça sua parte para viver o agora da melhor forma possível.
• Por que gastar tempo onde não foi chamado e onde não pode ajudar? Foque em sua missão única!
Quanto tempo desperdiçamos com o que não faz sentido?
Ame, pois o amor é o maior antídoto.
Você pode dar sua opinião, se o outro pedir, mas siga respeitando o outro e seu caminho. Somos únicos! Nossa vida se faz na troca; é na dança com o outro que a vida acontece. Dance da melhor forma possível com todos! Esta pode ser sua última dança…
Viva e ame! Reflita sobre como usa seu tempo, ou seja, sua vida. Estar de malas prontas parece um pedido difícil, mas é possível se fizermos a nossa parte. Considere e medite sobre estas passagens da Bíblia:
Mateus 6:34 – “Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo.”
Eclesiastes 3:1-4 – “Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que foi plantado, tempo de matar e tempo de curar, tempo de derrubar e tempo de construir, tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar…”
Que tal confiar e escolher o caminho do amor, vivendo o aqui e agora, com as malas prontas? Aproveite cada passo da dança breve da vida.
Arrume a “sua mala” diariamente, por um eu melhor, as pessoas à nossa volta melhores e um mundo melhor.
Vamos juntos?
Porque juntos somos +