A televisão que este ano completa 62 anos no Brasil, contribuiu para uma aproximação maior deste país com dimensões continentais. Foi um marco na comunicação nacional.
Todavia, a televisão também serviu para maquiar um país que nunca existiu. Lançando mão da máxima de que uma imagem vale por mais do que mil palavras, o brasileiro passou a ver um paraíso. As telenovelas lançaram modas e a americanização da nossa cultura foi inevitável. Passamos a ser um país de cópias, que não valoriza seus verdadeiros artistas. Enquanto um ator de teatro luta para expor seus trabalhos, um ator americano que não sabe nem onde fica o Brasil, é venerado.
Quando tudo já parecia perdido, a Rede Globo, uma das maiores emissoras do mundo trouxe para o Brasil (uma cópia) do chamado Big Brother Brasil, que poderia chamar Big Baixaria Brasil. O programa tem uma audiência maciça, graças à cultura simplória do povo brasileiro, que por muitos anos viu naquela caixinha preta um mundo manipulado.
O programa BBB é a maior fábrica de produção de sexo que existe! Ou melhor, é a maior decadência exposta na televisão! A exposição da sexualidade das mulheres e da homossexualidade dos homens é o principal objetivo do programa. Alguém já viu uma pessoa com um mínimo de cultura entrar nas seleções do BBB?
Depois que deixam a “casa”, ainda são entrevistadas no programa “Domingão do Faustão”; falando de tudo, mas com pouco ou nenhum conhecimento cultural.
A televisão também é responsável pela idolatria de jogadores de futebol. É fenômeno pra cá, imperador pra lá. Tem o gladiador, fabuloso, etc. A imprensa corre atrás desses mentecaptos, como se os mesmos servissem de exemplos para a humanidade. Qual é o valor de um jogador de futebol para o mundo? Que exemplo ele pode dar? No entanto somos bombardeados com matérias que enaltecem o “trabalho” do jogador. Aqueles que não possuem uma cabeça estruturada ficam vivendo de escândalo em escândalo, e são aplaudidos pela população fiel que acompanha a caixinha preta, ou seja, a fábrica de celebridades instantâneas.
Existem também os cantores. Esses são um capítulo a parte. Ouvir Michel Teló, com suas músicas de letra idiotas, e saber que é sucesso no mundo, me faz pensar que estou no planeta errado.
Por essas e outras, é que ainda continuo achando que a melhor invenção da televisão, foi controle remoto.
Antônio Lima Braga Júnior
toninho.braga@hotmail.com
Votuporanga - SP