Caro leitor, imagine a seguinte cena: você vai construir uma casa, escolhe o local, se prepara para obra e em seguida interrompe a mesma por falta de documentação.
Parece um absurdo, porém é exatamente o que acontece no Estado de São Paulo. O tão badalado estádio do Corinthians, que de maneira estranha é o escolhido para a abertura da Copa, está com suas obras paradas, ou melhor, nem começaram ainda, pois o local escolhido tem uma tubulação da Petrobrás que impede a construção. Parece que ninguém sabia dessa tubulação, pois depois de todo o estardalhaço na mídia, a coisa cessou.
Na nossa Euclides da Cunha, a obra que é um desejo antigo de nossa região, o que vemos é uma limpeza feita com máquina de esteira, onde só está sendo amontoado capim com terra, e nem mesmo um basculante para retirar existe. A obra está parada antes mesmo de começar, pois ainda existem pendências ambientais e desapropriações a serem feitas. É incrível como um departamento jurídico do maior estado da nação, não tem competência para resolver um assunto dessa envergadura. Deixar para resolver em cima da hora está com cheiro de obra parada por anos. O exemplo de descaso é a rodovia dos Tamoios que liga São José dos Campos a Caraguatatuba. A obra está parada há muitos anos, e são promessas de vários palanques.
A Euclides da Cunha também é o resultado do descaso. Estamos há anos na luta pela obra, entretanto campanhas eleitorais vão e vem e nada acontece. Agora o pior é que começou, em ritmo lento. O primeiro passo foi baixar a velocidade dos carros, e no último feriado, justo no feriado, a velocidade dos caminhões foi baixada para 60 km/h.Eu tenho absoluta certeza que o especialista em trânsito (leia-se besta) que baixou a velocidade dos caminhões, nunca dirigiu se quer um caminhãozinho ¾, pois manter um caminhão nessa velocidade numa pista como a nossa é assustador. Um caminhão bi trem sobrecarrega todo o sistema de freios para manter a velocidade. A desculpa de que a pista está em obra não procede, pois os trechos que já estão prontos também estão com velocidade reduzida. A indústria de multas está em pleno vapor.
Do jeito que está não pode ficar. O jogo de empurra é uma constante e a obra fica na berlinda, mas não avança. A hegemonia política do PSDB está ruindo graças à enrolações deste tipo. Devemos exigir mais praticidade e empenho de nossos representantes, pois eles custam 10 milhões cada um por ano em média. É assustador, mas é a realidade, enquanto isso, temos a miséria batendo em nossa porta. O Brasil é um país de todos, mas alguns têm uma cota maior de participação.
Antônio Lima Braga Júnior - toninho.braga@hotmail.com - Votuporanga - SP