Venho há muito tempo criticando o sistema de saúde no Brasil, inclusive os impostos a ela destinados que não são usufruídos.
Infelizmente perdemos de maneira precoce um garoto que estava sendo atendido em nossa Santa Casa.
Este caso ganhou grande repercussão, pois é inadmissível que um pai venha sepultar seu filho, não é natural que isto aconteça.
A saúde no Brasil resume-se em um caos. Pessoas estão sendo atendidas em macas pelos corredores, deixando sem o equipamento, inclusive o corpo de bombeiros. As filas são intermináveis, e a burocracia ajuda a emperrar o sistema.
Nada está sendo feito para resolver esta situação. Quando digo nada, eu me refiro ao governo federal e estadual, o que mostra que são todos, farinha do mesmo saco. Na nossa região, inúmeros são os casos de hospitais fechados por falta de apoio e interesse político para resolver. Em Votuporanga, a situação é um tanto quanto diferente:
Um grupo de pessoas resolveu trabalhar para tornar a Santa Casa de Votuporanga, um modelo diferente. Evidentemente, que tiveram que lançar dos mais variados subterfúgios para conseguir divisas para este feito.
O resultado, é que nós votuporanguenses temos o orgulho de ter uma Santa Casa que, apesar dos percalços, consegue absorver toda a região. Antigamente Votuporanga tinha 40 mil habitantes, com quatro hospitais, enquanto hoje temos 85 mil e temos apenas dois.
“Todos os dias o milagre da vida acontece na Santa Casa, e nenhum político de plantão vem aplaudir um profissional da saúde”
Somos modelo para todo o estado. Este fato despertou o interesse o governo do estado a instalar aqui o primeiro AME (Ambulatório Médico de Especialidades) que é referência regional.
Entretanto, a politicagem desenfreada não tem limites, e nosso estimado presidente da Câmara resolveu chamar os médicos de assassinos, num paradoxo enorme, pois o médico salva vidas e não o contrário.
Todos os dias o milagre da vida acontece na Santa Casa, e nenhum político de plantão vem aplaudir um profissional da saúde. Pegar carona na desgraça alheia é no mínimo uma atitude antiética, pois o sofrimento da perda de um ente querido não há nada que cure. É salutar que os pais lutem para apurar os fatos do acontecido, todavia isto não dá o direito de nenhum homem público desmoralizar com uma das profissões mais nobres do mundo.
Caro Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara. Os seus oito mandatos consecutivos, com certeza o qualifica para atuar nos mais diferentes segmentos da sociedade votuporanguense. Entretanto o senhor prefere agir somente nas exceções e desgraças. Seria plausível de sua parte, uma participação maior e mais efetiva no que se refere à execução, pois a critica legislativa é importante até certo ponto. Daí em diante qualquer lei não executada não surte efeito algum
A Santa Casa de Votuporanga, em breve terá novas eleições para a direção. Criticar é muito fácil, então é só ser candidato ao cargo, e colocar em prática as suas ideias.
Num país que não enxerga o seu próprio umbigo, onde o poder público aprendeu a ser populista ao extremo, estamos fadados a viver de leis de caráter evasivo, de retórica repulsiva. O país se orgulha da copa do mundo e das olimpíadas e não consegue ao menos manter o sistema de saúde adequado.
A sociedade e os políticos que podem legislar estão perdendo o ato sublime da indignação! As pessoas estão sem atendimento médico digno! Estão morrendo! Arregaçamos as mangas então, mas de maneira construtiva e sustentável.
Antônio Lima Braga Júnior - toninho.braga@hotmail.com - Votuporanga