Sei que nem tudo o que escrevo é de consenso geral, e que minha opinião não corresponde exatamente à opinião do jornal, todavia é este o principal mecanismo que move a democracia: a liberdade de expressão.
Confesso que ouvir que Votuporanga é a capital da educação me enche de orgulho, pois educar é o melhor, se não o único caminho para o desenvolvimento de um povo. Orgulho-me do sistema de ensino que temos por aqui, pois demonstra um compromisso ímpar para com o nosso município.
Porém não posso compartilhar com outros indícios de crescimento desenfreado de nossa cidade. Terminamos mais um período de carnaval e vejo muita gente se vangloriando de que Votuporanga é que conhecida no Brasil inteiro pelas micaretas que aqui existem.
Não vejo nenhum benefício para a cidade, pois o que vi foram jovens completamente bêbados furando sinal vermelho, urinando na rua em plena luz do dia (Rua José Abdo Marão, no centro da cidade), outros cheirando entorpecentes no posto de gasolina, e em seguida saindo para dirigir, como se nós vivêssemos numa terra de ninguém.
A quem diga que os mesmos trazem dividendos para o nosso município. Tirando os aluguéis, as hospedagens, e o lanchinho da padaria no final da noite, o resto é só prejuízo, pois os hospitais ficam lotados de “manguaceiros” que tomam o lugar de quem precisa, além de uma prepotência patética de quem acha que é dono do pedaço, e que nós somos meros criados dessa trupe.
O comércio em si fica as moscas, pois ninguém vai comprar roupas, móveis, ferragens, presentes, pois o que eles querem é beber todas e nada mais.
O resultado é um trânsito absolutamente confuso e perigoso. E por falar em trânsito o resultado das mudanças nas marginais é preocupante, pois aumentaram ainda mais o funil da Avenida Brasil, pois quem sobe a Sergipe não pode mais subir a marginal. Ou seja, todo mundo cai na avenida causando um grande congestionamento. As mudanças sempre foram requisitadas no local, inclusive por mim, e dessa forma devemos analisar o comportamento do fluxo. Foram colocadas placas, igualzinho como foram colocadas na Euclides da Cunha. Um dia podia subir e no outro não. Um cavalete na saída da Avenida Antônio Augusto Paes ajudaria os distraídos de plantão.
Votuporanga cresce a olhos vistos, porém é uma cidade de mais de 70 anos, e como tal tem um centro acanhado e estreito que deve ser analisado com carinho, pois o progresso é importante mas não é tudo. A qualidade de vida, sobretudo da vida de quem vive aqui é imprescindível.
Antônio Lima Braga Júnior