Assistindo ao noticiário, vi o caos que o Egito se encontra, pois levam tempo para lograr o devido equilíbrio, e o efeito cascata que se encadeou no mundo árabe. Fiquei pensando o que leva uma população inteira a enfrentar tanques de guerras, soldados armados, com pedaços de pau e pedras arrancadas do concreto das calçadas? Na sequência do mesmo noticiário uma entrevista com um casal morador da cidade do Cairo onde o conflito esteve mais acirrado, a mulher brasileira e o marido egípcio, onde ele dizia que fez de tudo para defender e proteger sua família. Isso me fez lembrar, quando os brasileiros saíram às ruas pelas diretas já, lógico que foi um movimento pacífico, mais se voltarmos mais um pouco, na época da ditadura não foi o mesmo? Talvez em proporções menores do que no Cairo ou no mundo árabe, mais igualmente acirrada, com suas vergonhosas barbáries e atrocidades contra a população.
Transportemos tudo isso para nossos dias atuais. Voltamos ao conflito do Cairo e os problemas que o mundo árabe estão enfrentando. Tenho a mais absoluta certeza que o povo egípcio e conseqüentemente os árabes jamais iram esquecer desses dias de conflito, e que em um futuro próximo saberão honrar o sacrifício que seus cidadãos enfrentaram e estão enfrentando tão bravamente. Então pergunto, por que nós brasileiros esquecemos tão facilmente o que conquistamos com tanto sacrifício? Sim porque para chegarmos a nossa democracia nossos pais e avós tiveram que passar por uma ditadura e tantos outros processos igualmente dolorosos. E o que fazemos hoje? Pergunto! Simplesmente vejo uma geração inteira desperdiçando seus votos de maneira tão irresponsável. Será que um dia teremos que sair às ruas novamente, para enfrentar tanques de guerras e soldados armados, porque hoje estamos dando passos em falso. Aprendi que todo ato tem suas conseqüências. Hoje de uma certa forma o Egito e o mundo árabe estão colhendo suas más decisões e nós quando colheremos as nossas? Sim. Porque, quem colocamos no poder hoje pode ser nosso carrasco de amanhã. Que tipos de consciências estamos deixando nos governar, será que estamos achando que só a forma empírica por si basta. A história nos mostra que basta um único homem para fazer uma guerra mundial. Quantos palhaços são necessários para afundar um país? Dois, três, dez ou um só? Um professor me disse que educação é à base de tudo, e isso, acho eu, que todos nos concordamos, mais na hora de votar simplesmente a grande maioria se esquece deste pequeno preceito. Quantos exemplos precisaremos mais para conseguirmos ver o óbvio?
Não se governa um País, somente com jogadores de futebol, boxeadores, comediantes, cantores e artistas. Passou da hora de nós brasileiros entendermos que um dia a casa caí e quando cair não desejo ver, pais de famílias tendo que sair às ruas armados com pedaços de pau e pedras na mão para defender suas famílias e lares. Porque isso eu não desejo a nem um país do mundo.
Margareth Owada Nakamura é estudante de Administração - Régis