A cada ano que se inicia fazemos novos votos, refazemos velhos, reiteramos os bons votos cumpridos e que nos fazem viver felizes. Isso é normal, saudável até, mais não fosse pelo simbolismo contido nesses desejos e votos para o Ano Novo.
Emagrecer, fazer ginástica, aprender espanhol, lutar “kung-fu”, conhecer o Chile, passar uns dias em Ubatuba, ter massagens semanais, ser mais leve, “pegar mais leve”, rir mais, reclamar menos, não me magoar à toa, não esperar demais das pessoas, aprender a nadar e a andar de bicicleta, pilotar motocicleta etc. etc. são os meus votos para 2011.
Devo confessar que a maioria deles são votos repetidos a cada final de ano, e para os quais me empenho muito no início por vê-los enfim cumpridos. Mas, lamentavelmente, alguns ficam pelo caminho, se perdem nos dias tumultuados, ou são substituídos por outros desejos que se impõem a mim, por gosto ou por força das circunstâncias. O que importa?
E assim que se dá com a maioria de nós, não é verdade? Nossos desejos de Ano Bom acabam sendo só palavras, palavras repetidas, prometidas e tantas vezes descumpridas. Não acontece por não termos força de vontade ou por não sermos capazes de cumprir nossas promessas, claro que não.
Acontece, sim, por sermos apenas humanos, falíveis e contraditórios. Somos estimulados diariamente por tantas novidades, surpreendidos às vezes por coisas desagradáveis, acometidos de tristeza e desânimo momentâneos, cumulados de novos conhecimentos que nos fazem mudar o rumo e deixar pra lá aqueles votos externados a cada início de ano...
Nossa vida é vivenciada e realizada pelos nossos atos, por tudo que pensamos e fazemos. Nossas palavras ficam sendo apenas palavras que o vento leva, que a vida sepulta e se encarrega de levar no rodamoinho do tempo, que não se vê e que não passa, porque não existe senão em nossa memória e em nossas realizações.
Feliz 2011!
Norma Moura é advogada - Votuporanga - kairosbrinquedos2009@hotmail.com