Há tantas luzes que me cegam e é difícil ver onde há mais falsidade, se nas redes sociais ou no fim do ano com as festas de Natal e Ano Novo. Entretanto, neste ano que se inicia, desejo, com muita sinceridade, paz, saúde e felicidades a todos.
E por falar em festa, vamos lembrar da primeira de 2011: a festa da posse da presidente “linha dura”, Dilma Rousseff, que ocorreu no primeiro dia desse Novo Ano. A festa foi marcada pela despedida do presidente Lula, correção do ex-presidente populista Luiz Inácio Lula da Silva. Até o fim dos últimos segundos e mais os acréscimos, Lula aproveitou para festejar o sucesso do seu governo no meio do povão, logo após a entrega da faixa a presidente Dilma. Um pouco depois houve o grande coquetel com autoridades nacionais e internacionais.
Passado isso, vamos ao que interessa. 2011 chega com muitas novidades: a renovação de 44% na Câmara de Deputados e no Senado das 81 cadeiras 37 são novatos, além da primeira Presidente da República, Dilma Rousseff. O desafio a ser enfrentado pela Presidente será diferente de todos os anteriores, com a democracia consolidada e com uma economia estável, o Brasil necessita de investimentos produtivos para poder ter um crescimento sustentável. Aqui, vou me limitar a falar apenas da infraestrutura do nosso país.
O país aplica 2,1% do PIB em infraestruturas, nível abaixo da média mundial. Só para comparação: a China investe cerca de 7%, a Índia 5,6%, o Chile 6,2%. Segundo economistas, o Brasil precisa aumentar, no mínino, para 4% do PIB, para crescer de modo sustentável em torno de 4 a 6% ao ano.
Nossos aeroportos funcionam sobrecarregados, acima da capacidade máxima. Em Cumbica, São Paulo, por exemplo, o limite é de 53, porém há 65 pedidos de pouso e decolagem por hora. E cada vez mais, há brasileiros voando, pela queda dos preços dos bilhetes, um mercado que cresce em torno dos 10% ao ano.
Os caminhões, os carros estão clamando por asfalto nas estradas federais que ligam o interior do país. Sem falar nos buracos, um dos maiores vilões para os automotores. Sobre a malha ferroviária brasileira não é preciso dizer nada e abandono, talvez seja a palavra mais expressiva para definir a situação de nossas ferrovias. Os países desenvolvidos estão centenas de anos a nossa frente nas ferrovias. E o trem-bala? Meu Deus, o prédio chamado Brasil está só no alicerce e já tem gente querendo pintar as paredes e pendurar quadros. Os 20 bilhões a serem utilizados para a construção do trem-bala deveriam ir para o renascimento das nossas ferrovias e sua ampliação, com direito a sobra, se não houver um superfaturamento, claro.
Construir um país não é uma tarefa fácil, mas a presidente, Dilma Rousseff, pode fazer um governo brilhante, basta gastar bem o nosso dinheiro, aumentando, revitalizando, criando a infraestrutura do país para que cresça de maneira sustentável. E em 2014 o Brasil poderá mostrar para o resto do mundo um verdadeiro espetáculo, ou então será a maior vergonha mundial. E os estádios? Calma, amigo leitor, neste mundaréu de coisas a fazer os estádios são apenas coadjuvantes e a Copa de 2014 é assunto para outro artigo.
Renan Cesar Andrade Gratão - aluno do curso de direito - Unifev (renangratao@hotmail.com)