Quem já não experimentou dias difíceis? Quem já não sucumbiu diante de duras provações para levantar-se depois e continuar, apesar das agressões sofridas?
É um quadro normal este, bem comum à nossa condição humana.
Trago ao leitor página conhecida para refletir sobre o tema, cujo título é o mesmo que usei para nomear a presente abordagem:
Nos dias difíceis, reflete nos outros dias difíceis que já se foram.
Depois de atravessados transes e lutas que supunhas insuperáveis, não soubeste explicar a ti mesmo de que modo os venceste e de que fontes hauriste as forças necessárias para te sustentares e refazeres, durante e depois das refregas sofridas.
Viste a doença no ente amado assumir gravidade estranha e sem que lograsses penetrar o fenômeno em todos os detalhes, surgiu a medicação ou a providência ideais que a arrebataram da morte.
Experimentaste a visitação do desânimo, à frente dos obstáculos que te gravaram a vida, mas sem que te desses conta do amparo recebido, largaste o desalento das trevas e regressaste à luz da esperança.
Crises do sentimento que se te afiguravam invencíveis, pelo teor de angústia com que te alcançaram o imo da alma, desapareceram como por encanto sem que conseguisses definir a intervenção libertadora que te restituiu à tranqüilidade.
Sofreste a ausência de seres imensamente queridos, chamados pela desencarnação, por tarefas inadiáveis, a outras faixas de experiência. No entanto, sem que dependesses qualquer esforço, outras almas abençoadas apareceram, passando a nutrir-te o coração com edificante apoio afetivo.
Tudo isso, entretanto, sucedeu porque persististe na fé, aguardando e confiando, trabalhando e servindo, sem te entregares à deserção ou à derrota, ofertando ensejo à Bondade de Deus para agir em teu benefício.
Nas dificuldades em andamento, considera as dificuldades que já venceste e compreenderás que Deus, cujo infinito amor te sustentou ontem, sustentará também hoje.
Para isso, porém, é imperioso permanecermos fiéis ao cumprimento de nossas obrigações, de vez que a paciência, no centro delas, é o dom de esperar por Deus, cooperando com Deus sem atrapalhar.
Note um detalhe no último parágrafo: a paciência é apresentada como obrigação! Com ela, superamos muitos obstáculos, por maiores que sejam.
A bonita página está assinada pelo sábio Emmanuel. Reflitamos sobre ela.
Orson Peter Carrara é conferencista