Há 45 anos, um carro, que seguia pela Rodovia Feliciano Sales Cunha, foi atingido por um ônibus; na direção estava Frei Ludovico Sesso e ao seu lado Frei Arnaldo Maria de Itaporanga, que não resistiu
A capela erguida sobre o túmulo de Frei Arnaldo é uma das mais visitadas no Cemitério Municipal; alguns atribuem milagres a ele (Foto: A Cidade)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
Nesta data, há exatos 45 anos, a notícia sobre um acidente no trevo de Nhandeara chocou Votuporanga. Era final de tarde, quando um carro, que seguia pela Rodovia Feliciano Sales Cunha, foi atingido por um ônibus. Na direção estava Frei Ludovico Sesso e ao seu lado Frei Arnaldo Maria de Itaporanga, que não resistiu e acabou morrendo na hora. Eles estavam a caminho de Votuporanga, onde Frei Arnaldo iria pregar na festa de Nossa Senhora Aparecida.
“Eu tinha 12 anos e me lembro quando os autofalantes comunicaram a triste notícia. A tão aguardada presença havia sofrido um acidente e falecido. Foi um grande choque. Dalí do parque de exposição fomos para a Igreja Matriz onde haviam duas enormes filas para a visitação de seu corpo que estava em caixão lacrado. Muito triste”, recordou Eunice Cipriano uma das mais de 5 mil pessoas que passaram pelo velório de Frei Arnaldo.
Frei Arnaldo Figueiredo (José Castilho) nasceu em Itaporanga aos 4 de abril de 1928. Entrou para o Seminário São Fidélis aos 23 de janeiro de 1946. Vestiu o hábito aos 5 de janeiro de 1949, tendo como Mestre Frei Epifânio Menegazzo. Ordenado sacerdote aos 19 de fevereiro de 1956, concluiu os estudos no final desse ano. Seu primeiro campo de apostolado foi Votuporanga, já em janeiro de 1957.
Na cidade ele conquistou a estima e a amizade de toda a população, sendo bastante querido, especialmente da colônia japonesa. Soube viver intensamente, sempre jovial, alegre, simpatizante dos esportes, especialmente do futebol, um corintiano que amava a Votuporanguense, e também zeloso no apostolado.
Generoso, mão aberta, expansivo, não se deixava prender por muitas normas ou etiquetas. Queria ver todos felizes e alegres; onde estivesse, era sempre o centro das brincadeiras, recordando aventuras dos tempos idos e das “tramas” para fugir à austera disciplina dos rigorosos tempos de estudante.
Em janeiro de 1969, com grande tristeza dos votuporanguenses, foi transferido para Ilha Solteira (SP), onde, igualmente, conquistou a todos.
Mais de 5 mil pessoas participaram do funeral de Frei Arnaldo, quando houve missa concelebrada por inúmeros sacerdotes em Votuporanga, onde foi sepultado a pedido da população.
Até hoje a capela erguida sobre o túmulo de Frei Arnaldo é uma das mais visitadas no Cemitério Municipal de Votuporanga. Há, inclusive, algumas pessoas que atribuem a ele a intercessão em milagres.