A “fama” de Edelarzil correu o mundo e chegou até Hollywood; a médium atendeu a atriz Shirley Maclaine, que ganhou um Oscar
Edelarzil Munhoz Cardoso conversou com a reportagem do A Cidade sobre a sua trajetória (Foto: A Cidade)
Daniel Castro
daniel@acidadevotuporanga.com.br
Certamente uma das moravdoras de Votuporanga mais conhecidas fora da cidade é Edelarzil, ou como muitos a chamam, ‘a mulher do algodão’. Ela levou o nome do município para os quatro cantos do país e também a vários países, no entanto afirma que não é uma milagreira.
Ela recebeu a reportagem A Cidade para uma longa conversa na Estância Casa Caminho e Luz, onde faz seus atendimentos. Edelarzil Munhoz Cardoso tem 73 anos e é médium de materia-lização. Ficou conhecida em todo o país pelo trabalho com o algodão molhado, em que materializa, conforme ela, tudo que está de negativo na vida das pessoas como macumbas, magias negras, feitiçarias, pragas, brigas conjugais e familiares, situações ruins que ficaram, bloqueios profissionais e amorosos, doenças, entre outras questões.
Mas toda essa história começou muito cedo na vida dela, que nasceu em Nova Granada e aos cinco aos mudou para Parisi. Foi com essa idade que ela descobriu o dom. “Eu comecei a ter visões, enxergava coisas que ninguém via. No começo foi bastante complicado, porque meus pais não acreditavam, achavam que eu tinha algum problema, que eu era louca”, contou.
Com cinco anos de idade já fazia atendimentos e sua “fama” logo se espalhou. “As mães de crianças com alguma enfermidade me procuravam e depois uma ia contanto para as outras, assim logo muitas pessoas me conheceram”, disse.
A vida da médium sempre foi a de fazer atendimentos, mas isso lhe trouxe dificuldades. Aos 17 anos ficou bastante doente porque estava esgotada. “Minha vida era atender, então eu dormia mal, me alimentava mal e só atendia, era praticamente o dia todo. Eu começava 6h e ficava até meia noite. O corpo sentiu. Tive problema nos pulmões, fui desenganada de todos os médicos e fiquei entre a vida e a morte”, lembrou.
Edelarzil revelou que após uma oração recebeu a resposta: “a morte para o descanso ou a vida para o sofrimento. Aí eu aceitei, passei esse tempo sofrendo, mas depois eu sarei”.
O auge
O ápice da “fama” nacional e até internacional da “mulher do algodão” foi quando ela realizava atendimentos no Centro Nossa Senhora Aparecida, em Parisi, criado em 1979, justamente para ela atender. Segundo ela, chegaram a ser cerca de 4 mil atendimentos por dia. “Chegavam de 40 a 50 ônibus por dia”, recordou.
Pessoas de diversos países buscavam o atendimento: Estados Unidos, Itália, Holanda, Alemanha, Espanha, entre muitos outros. Brasileiros de todos os estados também buscaram a cura por meio da médium, que também visitou várias cidades.
Na época, diversas reportagens foram realizadas com a médium, uma delas, de bastante destaque, com o jornalista Domingos Meirelles e que contou com a presença do padre Quevedo.
Shirley MacLaine
Edelarzil já atendeu muitas personalidades, entre elas os atores Raul Cortez, Ruth Escobar, Elizabeth Savala e até a conhecida atriz Shirley Maclaine. A dupla Chitãozinho & Xororó também já teria sido atendida.
Sem dúvidas, a atriz norte-americana Shirley Maclaine, vencedora de um Oscar, é a pessoa mais conhecida mundialmente que Edelarzil atendeu, no entanto a médium garante que o atendimento foi igual ao de todos. “Ela veio com toda sua equipe, com interprete, etc. Aqui, materializaram peças de carros, e uma das pessoas que estavam com a atriz falou que ela tinha sofrido um acidente”, lembrou.
Votuporanga
Em 1997 a médium resolveu trocar Parisi por Votuporanga, onde criou a Estância Casa Caminho e Luz, porém aqui ela já diminuiu o número de atendimentos diários por conta da sua saúde. Mesmo assim, no auge, pelo menos mil pessoas eram atendidas por dia. Atualmente, por conta da pandemia, os atendimentos são bastante reduzidos, e tudo ocorre respeitando as normas. A intenção dela era se aposentar com 65 anos, mas ela confessa que é muito difícil, porque gosta de ajudar as pessoas.
Milagreira?
A médium afirmou que não é milagreira, mas sim um instrumento. Ela observou que é bem mais reconhecida pelo seu dom fora de Votuporanga, já que, como diz o ditado, “santo de casa não faz milagre”. “Não é eu que faço milagre, eu tenho muita fé, eu sou uma intermediária. Eu tenho muita fé em Deus e todo dia eu agradeço e rezo por todo mundo, por quem crê e por quem não crê”.
Edelarzil destacou que não promete nada para as pessoas. “Eu nunca prometi nada a ninguém. Se você tem fé, você vai e volta aqui quantas vezes quiser”.