O renomado cardiologista Joaquim Figueira da Costa falou também da cloroquina e disse que, inclusive, já tomou as duas medicações
Dr. Joaquim Figueira da Costa, médico com mais de 50 anos de profissão, defende o uso dos polêmicos medicamentos (Foto: A Cidade)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
O Jornal da Cidade, da rádio Cidade FM, recebeu ontem em seus estúdios um dos mais renomados médicos de Votuporanga, o cardiologista Joaquim Figueira da Costa. Gabaritado pelos seus mais de 50 anos de profissão, ele falou sobre a relação da cardiopatia como o principal fator de risco associado à Covid-19, mas não fugiu dos temas polêmicos como a utilização da Hidroxicloroquina e da Ivermectina no tratamento e prevenção da doença.
Dr. Joaquim, que também é responsável em Votuporanga pelo Planfamília, explicou o motivo de as cardiopatias estarem associadas a mais de 58% das mortes por coronavírus. Segundo ele,“nós precisamos de oxigênio para sobreviver, e nós fazemos a captação do oxigênio pelo ar corrente e esse ar entra pelas vias respiratórias e vão até os pulmões onde é esparramado para o organismo inteiro. E um dos problemas mais sérios da Covid é dificultar essa circulação do oxigênio o que para um cardiopata acaba sendo muito perigoso, pois falta oxigênio no miocárdio e as vezes provoca como se fosse um enfarte”, explicou.
O profissional ficou por quase uma hora respondendo as dúvidas dos ouvintes da emissora e dentre elas surgiu a questão da Hidroxicloroquina e Ivermectina. Os medicamentos são alvo de polêmica por estarem sendo utilizados contra o coronavírus e ainda não apresentarem estudos que comprovem sua eficácia.
“Muita gente tem usado a Ivermectina, pois in vitro (experiência de laboratório) ela tem dado resultados satisfatórios.Em vivo, porém, ainda não tem comparação, embora existam 32 estudos protocolados, mas demora. Agora, nós estamos em tempo de guerra e em tempo de guerra Alexander Fleming inventou a penicilina, que só foi comprovada cientificamente em 1945, mas de 1941 a 1944 ele já estava em uso e salvou muitas vidas”, disse o médico.
O mesmo entendimento, segundo ele, se aplica a Hidroxicloroquina, porém, nesse caso, é necessário um cuidado especial. Ele disse que, inclusive, já tomou a medicação e não teve nenhum problema.
“A cloroquina a gente tem que ter o cuidado de não prescrever e nem recomendar para ninguém antes de um eletrocardiograma. Fala-se que dá problemas cardíacos, mas não dá. A única contraindicação é quando no eletrocardiograma a pessoa apresenta uma característica chamada de intervalo QT prolongado. Quem tem QT prolongado não deve usar nem a cloroquina e nem a Hidroxicloroquina, mas quem não tem e tem boa saúde pode usar.
Eu tomei Hidroxicloroquina durante três meses e não tive problema nenhum”, completou.
Explicação
O médico disse ainda que, no caso da Ivermectina, não há contraindicações, mas deixou claro que o medicamento não impede que a pessoa seja infectada.
“Não tem efeito colateral quase nenhum, as vezes apenas um pouquinho de enjoo, um pouquinho de cólica e nada mais. Não estou dizendo que é recomendação minha. É o que eu tenho acompanhado nas pesquisas e tenho feito na família e em clientes próximos. Isso não quer dizer que tomando Ivermectina não vai pegar o coronavírus, se for exposto ele será infectado, mas de uma forma muito leve, uma gripe apenas, pois o medicamento não permite a replicação do vírus e a quantidade de vírus que entra no organismo é pequena”, completou.
Tratamento precoce
O cardiologista ainda reforçou a necessidade de um tratamento precoce contra o vírus que pode salvar muitas vidas. “Se a pessoa tem um exame e deu positivo é lógico que ela deve manter um tratamento precoce, quanto mais precoce melhor e é aí que vem o detalhe. O principal problema do vírus é sua multiplicação do sétimo até o décimo dia. Como essa multiplicação é muito grande nosso organismo tem uma substância chamada citosina, que vai tentar matar esse vírus e essa guerra de citosina contra o vírus acaba inflamando os vasos, e aí vem o processo inflamatório, além de permitir a coagulação do sangue o que acaba complicando todo o quadro. Sendo assim, é preciso fazer de tudo para evitar essa fase do sétimo até o décimo dia com esses tratamentos preventivos que temos à mão, por enquanto”, explicou.
Prevenção
Apesar da defesa aos medicamentos, Dr. Joaquim, reforçou que é muito mais importante a prevenção do que o tratamento. “Não tem como ter futebol com torcida e nem como mandar as crianças para as escolas, por enquanto. Tem que evitar aglomerações, ter os cuidados e usar a máscara, álcool gel, lavar as mãos”, concluiu.