O juiz diretor do Fórum de Votuporanga, Sérgio Barbato Junior, falou com a reportagem do A Cidade sobre judiciário na pandemia
O juiz diretor do Fórum de Votuporanga, Sérgio Barbato Junior, falou com a reportagem do A Cidade sobre judiciário na pandemia (A Cidade)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
A Presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo editou anteontem novo provimento que prorroga o prazo de vigência do Sistema Remoto de Trabalho em 1º e 2º Graus. Com isso o Fórum da Comarca de Votuporanga deve reabrir para atendimento presencial apenas depois do dia 26 de julho.
Procurado pelo jornal
A Cidade para falar sobre a prorrogação e a experiência do judiciário neste novo formato, o juiz diretor do Fórum de Votuporanga, Sérgio Barbato Júnior, disse que os trabalhos remotos, estão sendo um sucesso em termos da institucionalização do trabalho em home office.
“Do ponto de vista institucional foi excelente, além disso, conta com a produtividade do Tribunal de Justiça de São Paulo que não se encontra em nenhum outro lugar do país. Temos proferido milhões de decisões. Mas temos noção de que tem processos físicos que precisam ser retomados, mas hoje os processos físicos são minoria, dificilmente tem alguma coisa urgente lá, porém a Justiça continua funcionando normalmente, em horário normal e a gente não para, o trabalho continua absolutamente normal”, disse.
A alta produtividade, refletida nos números de sentenças e decisões proferidas no período, segundo Barbato, se deve a uma postura séria assumida pelos profissionais da área que entenderam seu papel na pandemia.
“A Justiça tem um papel de pacificação social. Em momentos difíceis, nós temos que assumir o nosso papel, de liderança em pacificar nossa comunidade. As pessoas, não podem ter a impressão de que a Lei não vale mais, nem a impressão de que elas não serão protegidas, então todos nós arregaçamos as mangas. Eu mesmo estou trabalhando, 14, 16, 18 horas por dia com prazer, com paixão porque sei que estou contribuindo para que a nossa cidade, nosso estado e o nosso país, supere um momento tão difícil e eu acho que este compromisso tem girado”, completou.
E, segundo ele, esse comprometimento não parte apenas dos juízes, mas de todas as pessoas envolvidas. “Os advogados continuam peticionando, os promotores, defensores e os servidores do Tribunal de Justiça. Nós temos 100% dos nossos servidores em trabalho remoto, no gabinete 100% de trabalho remoto. Temos grupos de WhatsApp, converso com a OAB pelo WhatsApp, com procuradores do Estado, conversei com procurador de município hoje. Então estamos fazendo um esforço mesmo, para que a população saiba que pode e deve contar com a Justiça”, afirmou o magistrado.
Economia
Sérgio Barbato Júnior falou ainda sobre a economia que o sistema remoto proporcionou aos cofres públicos e que a pandemia acabou proporcionando aprendizados que serão eternizados e melhorarão todo o judiciário.
“A pandemia acabou gerando um momento muito difícil, mas não é por isso que a gente não pode tentar sair dela melhor do que a gente entrou, aprender com o que está acontecendo e melhorar. Acredito que isto está acontecendo, surgiu a necessidade e ela levou o Tribunal de Justiça a investir em tecnologia e isso gera uma economia de custo muito grande. Estamos falando de fóruns em que o gasto caiu mais de 50%, seja com energia, água, ar-condicionado que não estão ligados, os equipamentos, então isso foi muito bom para gente e vamos aprender com isso, como instituição, para que nunca mais o poder público gaste um centavo com a Justiça que não seja revertido para a qualidade de trabalho, para que o cidadão sinta isso”, concluiu.