A Cidade ouviu representantes de imobiliárias no município sobre as medidas adotadas em meio à crise provocada pelo coronavírus
Inquilinos e locatários, com o intermédio das imobiliárias, estão procurando alternativas para evitar inadimplência (A Cidade)
Lara Giolo
Estagiária sob supervisão
lara@acidadevotuporanga.com.br
Devido à pandemia e o fechamento do comércio, muitas pessoas ficaram desempregadas e estão com dificuldades para pagar o aluguel de suas casas. O mesmo está acontecendo com pequenos e médios empresários, que estão sem renda para bancar a locação dos salões que abrigam seus estabelecimentos, o que provocou um aumento ainda incalculável na inadimplência do setor imobiliário e também a busca por renegociações.
O jornal A Cidade, entrou em contato com algumas imobiliárias da cidade e o retorno foi bem positivo em relação às negociações disponibilizadas para cada cliente. De acordo com o Carlos Eduardo Pereira, responsável por uma imobiliária localizada na Rua Alagoas, a procura pelas negociações se tornou frequente, “Estamos resolvendo individualmente, cada um tem um caso para solucionar”, disse Carlos.
As formas e as opções que as imobiliárias estão oferecendo para os clientes são de prorrogação ou de parcelamento, além de ter aditivos nas negociações, como dito pela responsável da imobiliária centrada na Rua São Paulo, Cecília Mega. De acordo com ela, as pessoas que mais procuram o estabelecimento são as que foram mandadas embora, por conta dos efeitos da quarentena.
Naima Lopes, responsável por outra imobiliária localizada na Rua Pernambuco, apontou que os clientes estão procurando alternativas para evitar a inadimplência. “Quem sempre foi correto procura parcelar ou prorrogar para evitar a inadimplência”, completou.
Amauri Luiz Soares, representando uma imobiliária localizada na Rua Mato Grosso, e explicou que por enquanto os acordos são bem habituais. “Eles são diários e por enquanto estamos sendo pouco afetados, também estamos disponíveis para negociações”, comentou.
Outro responsável pela administração de móveis, situado na Rua Sergipe, é o Adriano Nader. Ele disse que houve sim inadimplência, mas menos que o esperado.
“Cada caso está sendo analisado pontualmente, o acordo tem que ser entre o inquilino e o proprietário, entre abatimento ou isenção por um tempo”, explicou Adriano. Ele ainda acrescentou que o reflexo é maior com os imóveis comerciais, “Bares e estabelecimentos nesse seguimento, o faturamento veio à zero, então dificilmente ele consegue fazer alguma coisa. A opção é ter jogo de cintura e articular um entendimento para que o inquilino se mantenha lá, pois nesse momento o imóvel vago para alugar novamente é praticamente impossível”, finalizou.
Despejo
Anteontem o Senado aprovou um projeto que proíbe as ações de despejo de inquilinos durante o período de pandemia do novo coronavírus. O texto, aprovado em sessão remota, segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro.
A proposta abrange decisões liminares da Justiça, isto é, de caráter provisório, concedidas entre 20 de março e 30 de outubro. Foi em 20 de março que o Brasil reconheceu estado de calamidade pública.
“Neste momento atual, de restrição de circulação de pessoas, fica muito difícil que uma pessoa seja desalojada e consiga um outro local para alugar”, justificou a senadora Simone Tebet (MDB-MS), relatora do projeto.
A ação de despejo consiste na retirada, pelo proprietário, do inquilino do imóvel onde mora ou trabalha, motivado por alguns fatos, entre os quais a falta de pagamento do aluguel.