O estudante Rafael Caporalini, que também trabalha em hotelaria, falou sobre a rotina na Inglaterra em dias de pandemia
O votuporanguense Rafael Caporalini, 33 anos, mora em Londres, na Inglaterra (Foto: Arquivo Pessoal)
Daniel Castro
daniel@acidadevotuporanga.com.br
Vivendo em Londres há pouco mais de um ano, Rafael Caporalini, 33 anos, conversou com o jornal
A Cidade para o especial “Votuporanguenses pelo Mundo” e contou que está seguindo à risca todas as medidas adotadas pelo governo no combate ao coronavírus.
Rafael é ex-bancário e no momento trabalha em hotelaria. Foi para Inglaterra estudar inglês e fazer cursos profissionalizantes na área financeira.
O Reino Unido entrou em quarentena no dia 20 de março, fechando escolas e estabelecimentos comercias, porém cerca de 10 dias antes o governo já havia solicitado para quem pudesse trabalhar “home office”, para ficar em casa e recomendou o mesmo para pessoas em grupo de risco. Nesse período de decisões de medidas restritivas, boa parte da população já começou a evitar aglomerações e a fazer petições para que o governo adotasse a quarentena em todo país, porque estavam surgindo diversos casos.
Segundo o estudante, atualmente os casos têm aumentado todos os dias, mas o isolamento social, está evitando que o vírus infecte mais pessoas. Ele observou que muitos desses casos são de pessoas que foram infectadas antes do isolamento e estão tendo complicações agora ou infectaram as pessoas com quem vivem durante esse período. “É o caso de um casal que conheço aqui, em que o marido passou para a esposa. Ele começou ter os sintomas assim que iniciou a quarentena e ela também passou a sentir os mesmos sintomas, ambos ainda não fizeram exames para confirmar porque o governo está pedindo para procurar as unidades de saúde somente em caso de necessidade de atendimento, daí é realizado o exame”, explicou.
Rafael contou que em uma cidade como Londres é praticamente impossível manter uma distância segura de outra pessoa quando tudo está funcionando, principalmente ao utilizar o transporte público que sempre está cheio e com pessoas vindas de todos os continentes. “Eu tenho plena consciência de que essa medida de quarentena é necessária e tenho seguido as recomendações de isolamento social. Aqui nós ainda podemos sair para fazer atividades físicas, porém não em grupos, pode ser com uma outra pessoa desde que morem na mesma casa”, disse.
Lá começou a primavera e neste último final de semana fez calor, então algumas pessoas quebraram o isolamento, foram para parques e se reuniram em grupos. “Li uma notícia de um parque que foi fechado por esse motivo e o governo voltou a pedir a colaboração de todos para que não precise tomar decisões mais restritivas e proíba e fazer atividades físicas externas”. Na noite do último domingo, a Rainha Elizabeth fez um pronunciamento solicitando o apoio dos cidadãos para que fiquem em casa.
O votuporanguense tem feito atividade física externa somente nos dias que precisa ir ao supermercado: “aproveito esse momento que preciso sair para caminhar pelas ruas do meu bairro e já realizo minhas compras, porque quando chego em casa já faço toda higienização necessária e tomo banho”.
Em casa, Rafael segue estudando online com professores e outros colegas de curso. No momento, ele não pode sair para trabalhar, porém irá receber até 80% do salário, já que o governo criou uma ajuda para as empresas que tiveram que ser fechadas durante a pandemia.