Prefeitura, MP e Polícia Civil investigam se crianças teriam sido dopadas na unidade de ensino de Votuporanga
Justiça: Cemei (Centro Municipal de Educação Infantil) Valter Peresi; MP, Prefetura e Polícia Civil investigam (Foto: Reprodução)
Daniel Castro
daniel@acidadevotuporanga.com.br
A Prefeitura Municipal de Votuporanga divulgou na tarde desta quinta-feira que cinco funcionárias da creche Valter Peresi foram afastadas. Poder Executivo, Polícia Civil e Ministério Público investigam se crianças foram ou não dopadas dentro da unidade de ensino.
De acordo com a portaria da Prefeitura, por “deliberação tomada pela Comissão Sindicante do Processo Administrativo n.º 010/2019 – Sindicância n.º 008/2019, aberta pela Portaria n.º 091/2019, publicada no DOE em 03/05/2019, após oitiva das testemunhas e verificação dos documentos juntados pelas mesmas, ficam afastadas de suas funções, a partir de 13/06/2019 e até final conclusão dos trabalhos, em razão das provas colhidas e da gravidade dos fatos apurados”.
No dia 18 de outubro de 2018, o pai de uma criança de 11 meses (na época) compareceu na delegacia e informou que seu filho ficava o dia todo no Cemei (Centro Municipal de Educação Infantil) Valter Peresi. Na unidade de ensino, a criança “fica bem, porém sempre saia sonolenta e algumas vezes desacordada”. Em outras situações, ela chega a vomitar e recusa alimentação, fato que ocorreu na última quinta-feira (de outubro de 2018). O menino desmaiou, foi levado pelo Samu e ficou internado durante três dias. “O declarante acredita que a criança esteja sendo dopada na creche, que esteja sendo ministrada medicação para que a mesma durma”, diz o Boletim de Ocorrência.
A criança passou por teste toxicológico e o resultado foi positivo para o uso de Clonazepam.
Ao A Cidade a mãe da criança explicou que seu filho passou por neurologista e cardiologista, mas nenhum problema de saúde foi diagnosticado. A mulher lembrou que os primeiros desmaios aconteceram quando o menino tinha sete meses. “Ele só desmaiava quando estava na creche. Desde que saiu de lá, não desmaiou mais”, falou.
“Houve a confirmação de uma substancias tóxica no sangue de uma das crianças, e que, possivelmente, teria sido dopada em sala de aula. A finalidade seria fazer a criança parar de chorar e dormir, dando menos trabalho a quem estivesse cuidando, motivo claramente repugnante e covarde”, apontaram os advogados da família.
Prefeitura
O jornal A Cidade questionou o Prefeitura sobre o afastamento, e o Poder Executivo relatou: “a Comissão Sindicante responsável pela investigação na esfera administrativa considerou oitivas de testemunhas e verificação de documentos apurados durante a Sindicância que segue em andamento com atribuição de sigilo. A medida é válida até a conclusão do processo. A Procuradoria Geral do Município ressalta que continua acompanhando os inquéritos policial e civil e colaborando com a Polícia e Ministério Público prestando informações necessárias aos dois inquéritos, que seguem com suas investigações de forma paralela e independente da Administração Municipal. A Secretaria Municipal da Educação adotou todas as medidas necessárias para a continuidade do atendimento na Unidade de Ensino e continua à disposição de pais de alunos para esclarecimento de dúvidas e atendimentos. A Secretaria reafirma o seu compromisso com a Educação e destaca que continuará trabalhando para melhoria da qualidade do ensino, sempre com foco no aluno”.